Está marcado para às 8 horas desta quinta-feira (16) o julgamento da mãe de santo Ana Maria Calixto, de 56 anos, conhecida como ‘mãe Maria’. Ela é acusada de participar do assassinato de Hélio Teixeira da Costa, de 29 anos, encontrado degolado em um terreno baldio próximo ao Aeroporto Internacional de Campo Grande, em janeiro de 2017. ‘Helinho’, como era conhecido, foi morto em uma terreiro de umbanda no Bairro Jardim Tijuca.

Ana Maria será julgada pelo crime de homicídio qualificado por meio cruel conforme pronúncia dada pelo  juiz titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Carlos Alberto Garcete de Almeida. Além dela, quatro pessoas foram presas pela morte de ‘Helinho’. Gleibson José de Lira, de 35 anos, vulgo ‘Lagoa’, José Glebeson de Lira, de 34 anos, conhecido como ‘Lagoinha’ e Lucas Rodrigues de Almeida de 18 anos, todos presos no terreiro de umbanda onde a vítima foi morta.

Segundo o relato dos acusados no dia 28 de janeiro aconteceu uma festa de adoração no terreiro que se estendeu para a madrugada de terça-feira (29). Durante a festa a ‘Mãe Maria’ estaria incorporada e Helinho também teria incorporado, mas segundo eles seria um espírito maligno – 7 facadas.

Quando incorporou, Hélio Teixeira, tentou matar ‘Mãe Maria’ e foi segurado por quatro homens que estavam participando da festa espancando a vítima, que foi colocada dentro do porta-malas de um Fiat Pálio e levada para o terreno baldio.

Já no terreno baldio, Lucas que estava com uma faca teria segurado a cabeça de Hélio e desferido o golpe que quase decapitou a vítima. Quando retornaram avisaram que tinham deixado Helinho como uma ‘galinha destroncada’. Em depoimento, ‘Mãe Maria’ afirmou não se lembrar de nada, já que estava incorporada, mas disse ter pedido para darem um jeito em Hélio que estava descontrolado, e não para matá-lo.

O delegado Márcio Obara da DEH (Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Homicídio), disse que os relatos dos acusados levam a crer que eles usaram a religião para se esconder atrás do crime.

Segundo o Ministério Público, o crime teria sido praticado por meio cruel, já que os acusados eram maioria eagrediram a vítima com chutes, socos e golpes de faca, causando-lhe inúmeros ferimentos enquanto vivo, apenas com o objetivo de prolongar e intensificar sua dor. Por fim, cortaram-lhe o pescoço, terminando de matá-lo.

Prostituição

Ainda durante as investigações, a polícia descobriu que ‘Mãe Maria’ fazia agenciamento de meninas para a prostituição, com o aluguel de um quarto que ficava próximo ao terreiro de Umbanda, no Jardim Tijuca. Ela cobrava pelo aluguel do quarto o valor de R$ 30 a hora e cada programa R$ 230, sendo metade do valor ficava com ‘Mãe Maria’. No local, foi encontrada um adolescente de 17 anos, que foi levada para a Depca (Delegacia de Atendimento a Criança e ao Adolescente).