Elton Leonel Rumich da Silva, conhecido como Galant ou Galan, foi condenado a 19 anos de prisão pela Justiça Federal em , município distante 346 quilômetros de Campo Grande, pelo crime de organização criminosa. Elton é líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) na região da fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai e suspeito de participação na morte de Jorge Rafaat Toumani.

Além da sentença de prisão, Galan também foi condenado ao pagamento de multa de aproximadamente R$ 4 milhões. A Justiça levou em conta que Galan pratica ações criminosas organizadas pelo menos desde 2005 e, dentro da organização, era responsável por realizar as compras de drogas em grande escala, administrar os armamentos e os veículos, controlar o pagamento de propina para policiais paraguaios e controlar o pagamento de salários aos membros da organização.

Conforme consta na decisão da 2ª Vara Federal de Ponta Porã “todo o histórico da vida pregressa do acusado Elton Leonel, trazido didaticamente nas alegações finais do órgão ministerial, é relevante para ficar claro que ele, ao menos desde os 20 anos de idade, vive exclusivamente da prática de crimes, sem prova, é bom também ressaltar, do exercício de qualquer atividade econômica lícita que lhe gerasse renda também lícita”.

Lavagem de dinheiro

Na mesma semana que a Justiça Federal em Ponta Porã condenou Galan por organização criminosa, a JF em Campo Grande recebeu nova denúncia do MPF (Ministério Público Federal) pelo crime de mediante ocultação de propriedade e de movimentação de valores provenientes de crimes. O MPF pede, como efeito da condenação, o perdimento de bens, valores e direitos em montante equivalente a R$ 3,5 milhões. A denúncia destaca que contas bancárias no Paraná e em Mato Grosso do Sul foram abastecidas com dinheiro de proveniência ilícita e movimentadas a mando de Galan, em parceria com doleiros.

Em fevereiro de 2018, Galan foi preso no Rio de Janeiro, onde se encontra detido até hoje. Na casa dele, foram apreendidos aparelhos telefônicos e documentos relacionados a diversas ações criminosas. Foi com base em informações retiradas dos aparelhos telefônicos e documentos apreendidos na casa do Galan em 2018 que a Polícia Federal de MS instaurou inquérito policial voltado à apuração de atos de lavagem de dinheiro, já que havia comprovantes de depósitos para empresas localizadas no Estado. Ao ter acesso aos relatórios, o MPF solicitou e a Justiça autorizou a quebra de sigilo dos dados das contas bancárias utilizadas pelo, resultando em provas irrefutáveis da movimentação financeira feita por Galã.

Envolvimento com grupo terrorista

Galan também pode ter envolvimento com o grupo terrorista libanês Hezbollah. Em uma listagem de nomes de pessoas que realizaram transações financeiras com ele, foram encontrados mais de 30 mil nomes, revelando uma larga rede. Entre elas, supostos terroristas investigados na lavagem de dinheiro do tráfico na Tríplice Fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. “Os nomes desses terroristas foram citados, pela primeira vez, em um relatório do Departamento do Tesouro Americano, de 2006”, apurou o site O DIA junto a um agente do DEA, agência norte-americana de combate ao narcotráfico.

As autoridades investigam a venda de drogas como uma das fontes de financiamento dos terroristas. Além disso, o grupo libanês abriu canais para o contrabando de armas destinadas ao PCC e ao CV, principalmente pela fronteira entre o Brasil e o Paraguai.

Morte de Rafaat

Galan também é acusado de ter participado da morte do narcotraficante Jorge Rafaat Toumani. Segundo informações, com a morte de Rafaat, o objetivo era assumir os negócios com o fornecimento de drogas na fronteira do Brasil com o Paraguai.