O vereador Eduardo Romero (Rede), que é acusado de ter estuprado um garoto de 13 anos em novembro de 2017, afirmou estar em paz e que tem buscado seguir a vida com normalidade enquanto o caso aguarda desfecho judicial. Ao Jornal Midiamax, o vereador declarou ter a “consciência tranquila do que fez e o que não fez”.

Nesta terça-feira, às 16h, Romero será ouvido pela primeira vez na ação, que tramita em segredo de Justiça na 7ª Vara Criminal de Competência Especial. Segundo ele, a expectativa para a tomada de depoimento é grande, porque ele terá oportunidade de dar a própria versão sobre a acusação.

“É muito esperado, porque é um momento em que a gente aguarda pela justiça na íntegra. Não cometi nenhum ilícito. Sei que isso é fruto de perseguições e armações políticas. Mas, a verdade vem no momento certo e as coisas se resolvem”, destacou o vereador.

Dano à imagem

Após a denúncia de estupro emergir, no dia 22 de janeiro, Romero viu-se confrontado, mas declara que tem buscado levar a vida com normalidade. “Estou em paz, tranquilo, trabalhando. O homem tem que ter consciência do que ele fez e do que ele não fez. Não é toda acusação que tem fundamento. Eu estou tocando a vida como sempre”, afirmou.

Questionado sobre a possibilidade dos danos à imagem, mesmo caso seja inocentado da acusação de crime de estupor de vulnerável, Eduardo Romero admitiu que os danos podem já ser irreversíveis.

“Eu já fui condenado pela própria imprensa, que não teve o cuidado devido de apurar as situações. Que colocou o títulos maldosos, que insiste em colocar como se essa acusação fosse verdadeira. Ela já fez o seu juízo de valor”, declarou.

O vereador destacou, ainda, que acredita que algumas pessoas consigam fazer leituras isentas dos conteúdos a que têm acesso. “Para muitos eu já estou condenado (…). Outras pessoas conseguem fazer o discernimento e avaliar com mais calma, conseguem apurar as informações e ler com mais desconfiança e preocupação.
Em resumo, em um processo político, em que você é um agente público, você é vitimizado de início. Ou seja, você já é condenado de início em especial pelos títulos que a imprensa deu de todas essas questões”, concluiu.

O caso

A acusação emergiu na imprensa no último dia 22 de janeiro. Segundo a denúncia, Romero teria estuprado um garoto de 13 anos em novembro de 2017, na casa do vereador. Em depoimento à polícia, os pais da vítima afirmaram que o parlamentar teria confessado o crime e justificado dizendo que estava sob efeito de drogas.

Segundo o boletim de ocorrência de “estupro de vulnerável”, registrado na Depac ( de Pronto Atendimento Comunitário) Piratininga, os pais da vítima teriam descoberto o estupro somente cinco dias depois do crime. À polícia, a mãe do adolescente, hoje com 15 anos, teria dito que desconfiou depois de notar diferença no comportamento do filho que, entre outras coisas, não queria mais ir à escola, reclamava de dores de cabeça e estava arredio.

Após conversa, o garoto teria decidido contar à mãe sobre o caso. Segundo o jovem, no dia do crime ele havia ido até a casa do vereador para ajudar um tio que fazia uma reforma no local. Lá, ele ficou responsável por passar fios para o tio, que estava na laje da casa.

Ainda segundo o registro policial, Romero teria chegado ao local momentos depois e, ao perceber que a vítima estava sozinha, teria chamado o garoto até um dos quartos e lá teria pedido para tocar a vítima. O menino teria negado, e mesmo assim, Eduardo teria abusado sexualmente dele.

Consta no registro da ocorrência que depois do estupro o parlamentar ainda teria convidado a vítima para ir até a residência à noite. Ao saber do fato, o tio do garoto foi até a casa do vereador para tomar satisfação. De acordo com ele, inicialmente Romero negou o crime, no entanto, cerca de quinze minutos depois, ligou mandou uma mensagem dizendo que queria conversar com os pais do menor de idade.

Na casa, o parlamentar teria chorado e confessado o crime para os pais, conforme depoimento deles à polícia. Para justificar, o vereador teria dito que estava sob efeito de drogas. Ele se desculpou, mas, devido ao estado em que o menor de idade estava, os pais decidiram procurar a polícia.

Em nota divulgada à imprensa, Romero negou as acusações e classificou a denúncia como “falsa e indevida”. Posteriormente, ele detalhou que na ocasião estaria na companhia de um homem. Confira a nota na íntegra:

“Quanto a acusação que está circulando nas redes sociais e imprensa, esclareço:

Trata-se de uma acusação totalmente falsa e indevida. Estar na política te transforma em inimigo de muita gente, e não medem esforços para prejudicar e tirar de cena.

A Justiça está fazendo seu trabalho e em breve teremos as respostas. Confio na Justiça e em Deus, e tenho a consciência tranquila.

Mas, deixo o questionamento: como um processo sigiloso torna-se público gerando prejuízos incalculáveis, antes mesmo da decisão da própria Justiça? Absurdo”.