Há três anos, presídio de MS tinha rebelião com mortes e decapitação

Na tarde de uma quinta-feira, 4 de agosto de 2016, presos davam início à rebelião no Presídio de Segurança Máxima de Naviraí, que terminou com duas mortes e durou 15 horas. O ato foi considerado na época uma forma que os internos encontraram para que desafetos fossem transferidos daquela unidade. Por volta das 15 horas, […]

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Rebelião durou 15 horas (Foto: Divulgação
Rebelião durou 15 horas (Foto: Divulgação

Na tarde de uma quinta-feira, 4 de agosto de 2016, presos davam início à rebelião no Presídio de Segurança Máxima de Naviraí, que terminou com duas mortes e durou 15 horas. O ato foi considerado na época uma forma que os internos encontraram para que desafetos fossem transferidos daquela unidade.

Por volta das 15 horas, os presos deveriam retornar para as celas após o banho de sol, mas se recusaram, iniciando a movimentação. Foi ali que eles deram início à rebelião, alegando que queriam a transferência de alguns internos. A briga entre os próprios presos não envolveu agentes penitenciários e após o princípio da rebelião, forças policiais foram acionadas.

Vários vídeos feitos pelos próprios detentos com aparelhos celulares foram divulgados via WhatsApp no dia da rebelião. Os internos alegavam que a rixa entre as facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho) teria motivado a rebelião, já que presos exigiam a transferência dos supostos desafetos.

Fernando Florentino da Silva e Luiz Fabiano Bezerra foram dois assassinados durante a rebelião, ambos cumpriam pena por tráfico de drogas. Fernando chegou a ser decapitado e os internos divulgaram imagens “jogando futebol” com a cabeça da vítima. Batalhão de Choque e outras equipes da Polícia Militar contiveram a rebelião após 15 horas, já na manhã do dia 5. Foi providenciada em urgência a transferência de 52 presos para outras unidades penais.

Reformas e melhorias

Após o episódio, foram feitas reformas na Penitenciária de Segurança Máxima de Naviraí, executadas com mão-de-obra prisional. A reestruturação foi parte do projeto “Mãos que Constroem”, foi iniciada em agosto de 2016 e inaugurada em junho de 2017.

Conforme as informações da Agepen, foi feita separação do Pavilhão II do presídio em duas alas, A e B, além de um muro que dividiu Pavilhão II e III. Ainda foi feita instalação de muros nos fundos de quatro pavilhões e foram colocadas telas cobrindo as áreas, dificultando o acesso dos detentos ao telhado, evitando o lançamento de materiais para dentro do estabelecimento penal.

Também foi instalado um sistema de tranca geral no presídio, que segura as portas das celas fechadas para que os agentes entrem nos pavilhões para passarem os cadeados. A sala de monitoramento tem 22 câmeras em pontos estratégicos, para vigilância em tempo real de todo o presídio. Hoje, segundo a Agepen, o presídio é considerado modelo em termos de organização e recebe elogios por parte do Judiciário e Ministério Público.