O ex-policial militar de Mato Grasso do Sul, Adair José Belo, de 48 anos, apontado como então braço direito do narcotraficante Jorge Rafaat, foi preso com documentos falsos e dinheiro no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), nesta terça-feira (27).

Adair José, mais conhecido como “Belo”, estava com documentos em nome de José Antonio de Brito além de certa quantia em dinheiro. Ele estava tentando embarcar para Rio Branco (AC), onde possivelmente iria fazer negociações do tráfico de drogas.

As investigações da Polícia Federal chegaram até Adair depois da prisão de Minotauro, que agora está no presídio federal de Brasília.

Jorge Rafaat Toumani, foi executado em junho de 2016 com tiros de metralhadora antiaérea, quando tentava expulsar o PCC (Primeiro Comando da Capital) na Fronteira do Brasil com o Paraguai, para voltar a controlar o tráfico de armas e drogas.

Adair é apontado por ter atirado na nuca do próprio tio, no dia 23 de dezembro de 2017, antevéspera de Natal, em uma fazenda na região de Cerejeiras, em Rondônia. A tentativa de homicídio ocorreu durante uma confraternização em uma fazenda na região de Cerejeiras. Diversas pessoas estariam presentes fazendo uso de bebidas alcoólicas.

Porém, de acordo com divulgado pela imprensa da região na época, durante um desentendimento entre Adair e seu tio, o ex-PM se apossou de uma arma e disparou contra a nuca do parente. Logo após o tiro, o filho da vítima entrou em luta corporal com o suspeito.

Testemunhas socorreram a vítima até ao Hospital São Lucas na cidade de Cerejeiras. Após receber atendimento médico, a vítima em estado grave foi encaminhada para o Hospital Regional de Cacoal (HRC).

Buscas foram realizadas na fazenda e um revólver 357, uma pistola 9 mm adaptada para disparar sem interrupção e diversas munições calibres 22 e 12, foram encontradas. Adair não foi preso, está sendo procurado pela polícia.

Saída da PM e Carreira no crime

O brasileiro Adair Jose Belo é natural do Paraná e foi soldado da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul. Em 1994, ele desertou do cargo, após executar, a mando de traficantes, um sargento da PMMS. Preso um ano depois, se tornou testemunha da Justiça para mapear o tráfico de drogas na região do Conesul. Anos depois, foi solto e voltou a trabalhar no narcotráfico.

Belo é foragido da justiça brasileira e para transitar pelos países estaria usando o nome do irmão Altair Jorge Belo, cuja mulher, a brasileira Josiane Vanessa Zilio, 32 anos, foi executada a tiros de fuzil no dia 31 de agosto de 2016. A mulher estava grávida e teria morrido por se envolver com traficantes rivais.

De acordo com autoridades no combate ao crime, “Belo” foi pistoleiro de Rafaat e coordenador do envio de cocaína vinda da Bolívia para o interior de São Paulo. Preso em 2012, em um sítio em Batayporã, fugiu do Centro de Triagem, em Campo Grande, depois de serrar as grades do local. Sua fuga gerou investigação e demissão de servidores da Agepen.