Uma pessoa alegre, dedicada e solidária, assim foi descrita a professora e ex-diretora da (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Maria Ildonei Lima Pedra, de 70 anos, por seus amigos. Há um ano, no dia 1º de setembro, ela foi encontrada morta dentro de sua casa, no Bairro Jardim Leblon, em Campo Grande.

No início a polícia não descartava nenhuma linha de investigação para o caso. Na cena do crime: um portão aberto, casa revirada, um crucifixo junto ao corpo e duas taças de vinho que tinham dois papeis dentro com a data da morte da educadora.

Ao longo das investigações, a hipótese de latrocínio havia sido descartada, já que nada de valor teria sido levado da residência da professora.

“Quando estávamos no local, a polícia disse que é muito provável que um conhecido tenha assassinado a professora, já que não tinha nenhum sinal de arrombamento na casa. O portão, inclusive, estava aberto. Só a casa que estava um pouco revirada”, disse à época a presidente da Federação Sueli Veiga ao Jornal Midiamax.

Também foi descartada a hipótese de que Maria teria escorregado, batido a cabeça e morrido em decorrência de algum acidente doméstico.

Devido a cena que foi montada pelos autores, chegou a cogitar que a idosa foi morta em um ritual de magia negra. O delegado que cuidou do caso, Giuliano Biacio, disse que não havia nenhum indicio que relacionasse a morte ao ritual. “De fato o objeto utilizado para matá-la, estava de cabeça para baixo”.

A despedida

No dia 3 de setembro, amigos e familiares se despediam de Maria Ildonei em um velório marcado por emoção e pedidos de justiça. Pelos amigos e colegas de trabalho ela era considerada alegre, dedicada e solidária.

Eles lembraram que Ildonei sempre lutou pelo fim da violência contra a mulher e foi morta de forma cruel. “Foi uma vítima do que ela sempre lutou”.

Dor e comoção: Há um ano ex-diretora da Fetems era encontrada morta dentro de casa
Marcos Ermínio, Midiamax

“Com vontade de matar”

Treze dias depois de sua morte, a polícia descobriu que dois adolescentes de 17 anos estavam envolvidos na morte da idosa, um deles, inclusive era familiar da vítima. Os menores de idade se intitularam “psicopatas” e disseram que mataram a vítima porque, no dia em que o crime aconteceu, teriam “acordado com vontade de matar”.

“Na manhã do dia em que a professora foi morta o familiar dela chegou na escola e falou para o colega que estava afim de matar alguém e passaram a combinar como fariam isso”, explica o delegado Giuliano Biachio, responsável pelo caso.

Os menores de idade chegaram a desenhar o que seria a planta da casa em uma folha de papel e estudaram a maneira como abordaram a vítima para cometer o crime.

Após o crime, os garotos limparam a casa e posicionaram o crucifixo e duas taças de vinho próximo ao corpo. Nas taças havia dois papéis com os números 31 e 8, dia em que a educadora foi morta. “Eles usaram máscaras e luvas para matar a professora, mas limparam a casa porque queriam dar a falsa pista de que o crime tinha sido latrocínio”.Dor e comoção: Há um ano ex-diretora da Fetems era encontrada morta dentro de casa

Os adolescentes foram apreendidos nesta quinta-feira (13) depois que vizinhos apontaram ter visto os dois saindo da casa de Maria na noite anterior a que o corpo foi encontrado. Com eles foram encontradas quatro facas, inclusive a usada no homicídio, um soco inglês e duas revistas sobre psicopatia. Eles foram levados para a (Unidade Educacional de Internação).