O conflito ocorrido na manhã de quinta-feira (15), entre a Guarda Civil Municipal e e trabalhadoras que protestavam contra atrasos no transporte público, poderia ter sido resolvido sem violência por parte dos guardas. Na ação, sob justificativa de desobstrução da via, os agentes usaram spray de pimenta e chegaram a apontar armas contra as manifestantes que haviam bloqueado o Terminal Morenão.

Nas redes sociais, leitores do Midiamax consideraram a ação truculenta e desnecessária. “Cadê o MP [Ministério Público Estadual], a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil] para ver esse abuso de uns guardas fantasiados de polícia”, disse um dos internautas em postagem nas redes sociais. “Respeito zero, muito triste essa situação”, comentou uma internauta. “Abuso de poder”, destacou outra.

Especialista em situações de crise, o coronel Marcos Pollet, comandante do da Polícia Militar, disse que 80% dos casos podem ser resolvidos no diálogo, sem a necessidade do uso de força. “A rainha da resolução das crises se chama negociação. Esta é a forma mais tranquila de agir”, afirmou.

O coronel destacou que não acompanhou a operação da Guarda, motivo pelo qual não se sentiu à vontade para falar da ação em si. No entanto, comentou a respeito dos procedimentos usados pelo Choque, que são empregados de forma gradativa, de acordo com o cenário que se desenha no conflito. Tudo parte, segundo ele, da presença das forças de segurança no local e, caso haja necessidade, do diálogo.

Se só a conversa não for o bastante, outras medidas são adotadas. “Cabe aí uma mobilização tática com condução [de pessoas mais agitadas] e redução dos focos de resistência. Isso se chama gradação do uso da força”, explicou. Caso nenhuma destas medidas surtam efeito, as autoridades passam a adotar outros métodos, como o spray de pimenta, por exemplo.

“O uso de agente químico não é prioridade, mas se faz necessário para evitar uma agressão quando há risco para a guarnição. Mesmo assim ainda é uma medida usada antes de outras como o bastão, elastômero [balas de borracha] ou até mesmo arma de fogo, se houver risco à vida dos policiais ou terceiros”.

Após a confusão, a Prefeitura Municipal disse em nota que vai apurar se Consórcio Guaicurus, concessionária responsável pelo transporte público na Capital, teve responsabilidade na falta dos veículos. A GCM deve abrir um procedimento administrativo para apurar a conduta dos envolvidos. O GPI (Grupo de Pronta Intervenção) atuou durante o e é considerado a ‘elite' da Guarda Municipal.