O (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) vai abrir processo administrativo disciplinar para apurar a conduta do servidor Ailton Vargas Rodrigues, de 45 anos, gerente da unidade de Selvíria, a 399 quilômetros de , preso na manhã desta quinta-feira durante operação da Polícia Civil.

Segundo a assessoria de imprensa do Detran, a Corregedoria de Trânsito, por meio da delegada titular Maria de Lourdes Cano, está no município participando das ações em Selvíria, a fim de esclarecer o envolvimento do servidor. A suspeita é de que esteja ligado a esquema de falsificação de pontos na transferência de carteiras de habilitação.

Conforme noticiado, a operação foi realizada pelas polícias civis de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Além de Ailton, foram presos dois irmãos proprietários de um escritório despachante em Ilha Solteira (SP) e o empresário de escritório de recursos de multas de trânsito de Dracena. 

Ao todo, 191 pessoas foram investigado nos últimos 18 meses, por suspeita de criarem organização criminosa para inserção de dados falsos na transferência de pontos e renovação de carteiras de habitação. O grupo responde por corrupção  ativa, passiva e falsidade ideológica.

Segundo a polícia de São Paulo, em março do ano passado o grupo passou a ser monitorado por executar transferências ilegais, mediante pagamento de propina. Motoristas de São Paulo transferiam os pontos em suas CNH's para Mato Grosso do Sul, a fim de evitar penalidades administrativas por conta de infrações de trânsito praticadas.

Orientado pelo grupo, o motorista apresentava endereço falso para facilitar o esquema. O empresário de Dracena cooptava os clientes com penalidades nas CNH's e, após recebimento de propina, repassava os dados para os despachantes em Ilha Solteira. Estes, em seguida, pegavam o dinheiro e os dados dos clientes e repassavam para o Detran de Selvíria.

O servidor sul-mato-grossense, por sua vez, faria vistas grossas às penalidades e inseria dados falsos no sistema do Detran/MS, isentando os motoristas das penalidades em uma nova transferência para o estado de São Paulo. A suspeita é de que eles tenham movimentado aproximadamente R$ 200 mil. As investigações continuam, pois há outros envolvidos em Goiás, Paraná e Pará.