Laudemir Costa dos Santos, conhecido por ‘Dentinho' é um dos alvos da Operação Impetus deflagrada pela Polícia Civil, na manhã desta quarta-feira (20), em . Ele cumpre pena no Presídio de Segurança Máxima.

‘Dentinho' seria o responsável dentro do estabelecimento penal por batizar agentes penitenciários, que ajudariam a facção criminosa em informações. O esquema de Laudemir foi descoberto depois de interceptações telefônicas.

Em 25 de novembro de 2017, um integrante do PCC, identificado como ‘J', fala sobre excluir dois ‘irmãos' da facção em Londrina, no Paraná. Pois novos dois integrantes, que seriam agentes penitenciários de lá, iriam ser ‘batizados' na facção.

O ‘batismo'

O ‘batismo' é uma cerimônia, feita às vezes em conferência telefônica, na qual o criminoso afirma que aceita as regras da facção, respondendo um questionário. Ao ser aprovado, entra para o chamado Livro Branco, onde estão ‘irmãos' do crime.

Batismo de agentes penitenciários

No dia 15 de novembro de 2017, Laudemir Costa dos Santos teria ligado para um homem de dentro da Máxima, que chama de ‘padrinho': “Eu já estou batizando dois agentes penitenciários. Eles vão trazer o ‘Sub Zero' aqui pra mim, pra eu conversar com ele.

Segundo Dentinho, outro integrante do PCC, identificado como Sub Zero, passou por cima do ‘brecamento', que significa suspensão. Sub Zero Embora tivesse sido suspenso pela facção, voltou a comprar drogas.  Primeiro, ele tentou comprar 1 grama de cocaína dizendo a Dentinho que estava com um problema de saúde e foi para a enfermagem da cadeia. Na enfermagem conseguiu fazer uma compra de R$ 150 da droga.

‘Dentinho' comanda o setor responsável por cadastrar e coordenar integrantes do PCC nos estados e no país, além dos que estão em situação de inadimplência ou dívida com a facção criminosa. E por isso iria mandar os agentes penitenciários ‘batizados' levarem Sub Zero até ele.

Operação Impetus

A Operação Impetus, chefiada pelos policiais da Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado), cumpre mandados na Máxima, em Campo Grande, e no Presídio de Dourados. Os indícios são de que o PCC mantinha organizado um grupo especializado em investigar servidores da segurança pública. Os alvos eram ‘fichados' e há casos até de detetives particulares contratados pela facção para seguir agentes listando a rotina deles.

A ‘central de inteligência do PCC' funciona de forma compartimentada e reservada dentro da própria facção. Presos com funções de liderança criminosa recrutaram internos integrantes do PCC nos regimes fechado, aberto e semiaberto. Alguns simpatizantes listados no chamado ‘Salve do Quadro' tinham a missão de levantar dados pessoas e profissionais de servidores de segurança pública, bem como a localização.

A investigação começou há quatro meses, constatando a criação da central de inteligência da facção criminosa. Os presos encarregados pela inteligência do PCC usavam técnicas avançadas, como investigação social, com pesquisas aprofundadas em redes sociais, como Facebook, Instagram, Twitter, Snapchat, e também, fontes oficiais, entre elas, cadastros de dados publicados em páginas oficiais nos mais diversos órgãos públicos e inclusive, junto as publicações funcionais elencadas em diários oficiais, como dados funcionais, qualificação completa, escalas de serviço, remoções e até mesmo promoções funcionais.