A defesa de Scarlet Maciel da Silva pede que a qualificadora de feminicídio seja retirada da denúncia. O julgamento da acusada de matar a namorada Laura Regina de Souza Ortiz, de 20 anos, segue durante a tarde desta segunda-feira (11) no Tribunal do Júri de Campo Grande.

De acordo com o defensor público Gustavo Henrique Pinheiro, o crime não pode ser qualificado como feminicídio. “O crime de feminicídio acontece por condição de gênero, por ódio da vítima ser mulher, o que não aconteceu neste caso”, afirma a defesa.

No entanto, a família – que acompanha o julgamento, acredita que Laura foi vítima de feminicídio. “A Scarlet era mais forte, ela até zombava da minha filha por causa disso”, afirma a mãe da vítima, a diarista Márcia Regina Gonçalves. A mãe afirma que as duas viviam um relacionamento conturbado e que chegou a ver a filha com arranhões e hematomas.

Os familiares de Laura pedem por Justiça, já que Scarlet estava respondendo ao crime em liberdade. Ela acompanha o julgamento no Espirito Santo, estado onde reside atualmente.

Crime

O crime aconteceu em 2015, quando as duas tiveram uma briga. Na época em depoimento, Scarlet teria dito que teria discutido com Laura quando as duas estavam em um bar. Ela teria recebido uma cantada, de um homem que estava no local, e Laura se sentiu ofendida e revidou jogando um copo de cerveja.

A suspeita afirma que achou desnecessário o comportamento da companheira e as duas começaram a discutir. Elas voltaram para casa, na moto da vítima, e ao chegar à residência a discussão continuou partindo para agressão. Segundo o relato, Laura agrediu Scarlet com tapas e mordidas e em seguida arrastou a companheira para a rua.

Ao passar pela cozinha, Scarlet pegou uma faca de serra, que utilizou para esfaquear a vítima. Laura foi atingida com golpes no abdome, braço e queixo. Scarlet diz que a companheira caiu no chão e que ela fugiu em seguida. A casa onde elas moravam estava com várias marcas de sangue e para a polícia, a vítima teria sido arrastada até o sofá, onde foi encontrada morta.