A defesa da professora de 45 anos, suspeita de abusar de alunos em uma creche de , distante 194 quilômetros de Campo Grande, contratou um médico particular para analisar exames realizados pela perícia da Polícia Civil, que constataram lesões nas vítimas. O caso está sendo repercutido nacionalmente e envolve diversas crianças da unidade e a professora, que está presa preventivamente suspeita pelo crime. A Justiça já recebeu a denúncia feita pelo MPMS (Ministério Público Estadual).

“O médico está analisando todos os laudos, até os que deram negativo”, informou o advogado Ricardo Machado Filho. Ele afirma que não descarta que o crime tenha acontecido na unidade, mas acredita na inocência da professora. “O que tem que ser apurado é se existe outra pessoa que possa ter feito isso”, disse.

Sobre suspeita de envolvimento em uma rede de pedofilia, Ricardo descarta essa possibilidade. “Uma professora que era adorada na cidade e tinha duas filhas, é um absurdo o que estão divulgando”, ressaltou.

A reportagem entrou em contato com os advogados das famílias das vítimas, que se limitaram a dizer que o caso está em sigilo e não se pronunciarão.

O caso veio à tona em junho deste ano, quando os pais de uma criança de três anos procuraram a delegacia, após a menina contar o que teria ocorrido em sala. A delegada Andressa Vieira, titular da delegacia de Polícia Civil em Rio Verde de Mato Grosso, não forneceu detalhe da investigação pelo caso envolver crianças. No entanto, revelou que que ouviu diversas testemunhas, entre familiares das vítimas, funcionários da entidade que a suspeita trabalhava e também as crianças, que prestaram depoimento em sala especial.

Foram registrados 20 boletins de ocorrência e em dez deles foram confirmados lesões nas crianças. Após finalização do inquérito policial, o MPMS ofereceu denúncia no dia 30 de julho contra a professora de 45 anos.

Entenda

A professora foi presa em junho deste ano, após denúncias de abusos contra crianças da creche. A primeira denúncia foi feita pelos pais de uma menina de 3 anos, no dia 6 de junho. A criança ainda teria dito que outros três coleguinhas haviam sido abusados pela professora.

A menina de 3 anos passou por exame de corpo de delito no IML (Instituto de Medicina Legal) de Coxim, que comprovou o ato libidinoso diverso da conjunção carnal.

Depois de sua prisão, a professora acabou transferida para São Gabriel do Oeste no dia 1º de julho. Na época dos fatos, a secretária de educação da cidade, Ana Andrade, informou que a professora não seria funcionária do quadro da prefeitura tendo sido contratada pela entidade filantrópica que mantinha convênio com o município.