A defesa do policial civil Márcio Cavalcanti da Silva, conhecido como ‘Corno’, entrou com pedido nesta segunda-feira (21) para que ele seja transferido do Presídio Federal onde está desde o dia 12 de outubro para uma cela da 3º Delegacia de Polícia Civil da Capital.

No pedido feito, a defesa alega que o policial tem a saúde fragilizada em decorrência de uma operação feita anos trás para a retirada de um tumor na tiroide, além de apresentar síndrome do pânico, sendo que a manutenção de sua prisão e possível transferência para Mossoró podem causar sua vida.

Ainda segundo a alegação de defesa, o policial deveria ocupar uma cela da 3º Delegacia de Polícia Civil que é destinada a exclusivamente ao recolhimento de policiais civis da ativa e em inatividade, em regime de prisão especial, onde estariam recolhidos os policiais Frederico Maldonado Arruda e Elvis Elir Camargo.

No despacho, a defesa ainda alega que ‘Corno’ já teria trabalhado com o delegado do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), Fábio Peró e seu amigo pessoal, sendo assim, descabida o plano articulado por ele e os outros integrantes da organização criminosa para a execução do delegado.

No dia 18 deste mês, foi aberto um procedimento administrativo disciplinar contra o policial pela Corregedoria da Polícia Civil. ‘Corno’ está afastado desde o dia 27 de setembro que deve perdurar até dezembro deste ano.

Márcio Cavalcanti está preso desde o dia 12 de outubro na Penitenciária Federal de Campo Grande, junto do empresário Jamil Name, Jamil Name Filho, e o policial civil aposentado Vladenilson Daniel Olmedo, o ‘Vlade’. Todos devem ser transferidos para a penitenciária de Mossoró, no Rio Grande do Norte. Foi feito pedido para que eles ocupassem celas do RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) por um ano, que foi reduzido para seis meses pelo juiz federal, podendo ser estendido posteriormente.

Omertà

O Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), com apoio dos Batalhões de Choque e o Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar, cumpriram mandados de prisão preventiva, prisão temporária e 21 mandados de busca e apreensão, nas cidades de Campo Grande e Bonito.

A ação levou a prisão de policiais civis, guardas municipais, policial federal e até militar do Exército, suspeitos de integrarem uma organização criminosa voltada à prática dos crimes de milícia armada, porte ilegal de armas de fogo de uso restrito, homicídio, corrupção ativa e passiva, entre outros crimes.

As investigações do Gaeco tiveram início em abril deste ano, com o objetivo de apoiar as investigações dos homicídios de Ilson Martins Figueiredo, Orlando da Silva Fernandes e Matheus Coutinho Xavier, conduzidas pelo Garras.