Com reforço de policiais do Choque da PMMS, foi realizado nesta segunda-feira (15) audiência de sobre a morte de Joice Viana Amorim, encontrada decapitada no dia 14 de maio do ano passado na região do Bairro Santa Emília em . Joice chegou a ficar mais de 10 dias desaparecida.

Na audiência desta tarde foram ouvidas testemunhas de acusação, entre elas, a mãe de Davi Migulão 20, que informou que soube da morte da vítima por um vídeo enviado para seu celular.

Na época, ela perguntou ao filho se ele tinha participação na morte de Joice, pois, após o ocorrido, a varanda de sua casa amanheceu lavada e pelos ladrilhos que apareciam no vídeo ela identificou que se tratava da lavanderia de sua residência.

A mãe contou ainda que após o vídeo da execução circular na imprensa local, o filho retirou os ladrilhos e fez um desenho no lugar. Além dela, foram ouvidas outras cinco testemunhas, porém, todas negaram os fatos, inclusive, contradizendo os depoimentos que prestaram na delegacia.

Com relação a uma das testemunhas, o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida pediu o encaminhamento da cópia do seu depoimento à delegacia, a fim de apurar possível ato infracional de falso testemunho.  A próxima audiência foi designada para o dia 29 de maio, às 15 horas.

Caso

Joice encontrada decapitada em uma estrada vicinal na região do bairro Santa Emília, foi morta durante julgamento do Tribunal do Crime do PCC (Primeiro Comando da Capital). 15 pessoas estão envolvidas no crime.

A jovem foi assassinada porque afirmou ser integrante da facção rival CV (Comando Vermelho), ao exigir que seu chinelo roubado fosse devolvido.

As investigações apontam que, dias antes de ser morta, Joice conheceu Weslley Marques da Rocha vulgo, ‘Cabecinha’, de 25 anos, em uma festa. Os dois teriam ido para uma casa, no bairro Jardim Colorado, onde morava um adolescente de 17 anos. No local também estavam mais dois menores, de 14 e 16 anos.

Em determinado momento, o menor de 14 anos teria roubado o chinelo da jovem. Quando Joice percebeu o roubo ficou irritada e exigiu que o chinelo fosse devolvido, afirmando que era integrante da facção CV (Comando Vermelho) e merecia respeito.

Após a declaração, os adolescentes ligaram para Marcos Felipe Dias Lopes, de 19 anos, vulgo ‘Correria’, que ocupa o ‘cargo’ de ‘disciplina’ do PCC da região do bairro Santa Emília, e avisaram que na casa havia uma menina que se dizia ser integrante da facção rival.

‘Correria’ então mandou Ygor Matheus Dutra dos Santos, de 19 anos, ir até a casa confirmar se Joice realmente era integrante do CV. Após constatar que a jovem realmente fazia parte da facção, outros dois integrantes, Eloir de Oliveira, de 52 anos, vulgo ‘Mil Grau’, e Lucas da Silva, de19 anos, também foram até a casa, já com a intenção de realizar o julgamento.

Pelo fato de Joice ser uma mulher, foram chamadas duas líderes femininas do PCC, Miria Helena Júlio Pasphuin, vulgo ‘Pandinha’, de 21 anos, e Isabella Sanches dos Santos, vulgo Bellinha, de 22 anos, para participarem do tribunal.

Durante ligação por vídeo conferência com outros membros da facção, os integrantes receberam a ordem, de dentro do presídio, para levar Joice para outra casa, no bairro Santa Emília, pois a casa que estavam era muito visada pela polícia, já que a proprietária, mãe de um dos adolescentes envolvidos, estava presa por roubo de camionetes.

Execução

Joice foi levada para a casa de Davi, no bairro Santa Emília, em um carro Gol, por Wellison de Souza Silveira, vulgo ‘Zé Cotó’, de 23 anos, Lucas, Danilo de Souza brito, vulgo Satã, de 19 anos, e Miria.

Nessa casa foi recebida a ordem de dentro do presídio para a jovem ser executada. Antes, Joice foi obrigada a gravar um vídeo que foi divulgado pela facção. Em seguida ela foi decapitada viva por Satã, que utilizou uma de cozinha para cortar o pescoço da jovem.  Miria, que está foragida, que segurou a cabeça da jovem.

Durante a execução havia mais um integrante do PCC na casa, Thiago Velasquez de Souza, vulgo ‘Marquinha’, de 31 anos. ‘Marquinha’ foi morto em troca de tiros com a polícia durante um assalto a uma agência bancária em Terenos. Ele era o responsável por vigiar a casa onde Joice foi executada. O corpo de Joice foi enrolado em uma lona e desovado em uma estrada do bairro Santa Emília.