Um casal de Minas Gerais procurou a Corregedoria da Polícia Militar nesta quarta-feira (18) em Campo Grande e denunciou tortura por parte de supostos policiais. Uma das vítimas, um autônomo de 26 anos, relatou que foi agredido e chegou a ter uma das pernas raspadas. “Eles rasparam onde tinha a tatuagem na minha perna e a todo tempo ameaçando eu e minha esposa com arma”, relatou em boletim de ocorrência.
O autônomo conta que seguia de Campo Grande em um veículo Fiat Pálio para o Paraguai na companhia de uma jovem de 17 anos, com quem mantém uma união estável. “A gente estava a passeio aqui na cidade e estávamos seguindo para o Paraguai fazer compras, quando eles entraram com o carro na nossa frente”, contou.
Nesse momento, os supostos policiais, que estariam em um veículo Chevrolet TrailBlazer, desceram e ordenaram que o casal também saísse do veículo. “Eles estavam de preto, com camisa de escrito amarelo, mas não falaram nada, me levaram para trás do meu carro e passaram a me torturar perguntando se eu estava indo buscar droga”.
O autônomo então, passou a ser agredido pelos supostos policiais, com socos, chutes e pisões. “Foram 30 minutos, até eles rasparem minha tatuagem e jogarem água. Depois meu nariz, ouvido e boca começaram a sangrar”, relata. O homem também afirma que o trio ameaçava, portando uma arma de fogo, para que ele ingerisse uma medicação controlada que levava na viagem.
Após alguns minutos, outra viatura supostamente policial chegou ao local, onde desceram três homens. Um deles estava com uma faca e desferiu um tapa no rosto do autônomo. Os supostos policiais também teriam espirrado um perfume, que a jovem de 17 anos levava na viagem, nos ferimentos do homem que estavam sangrando.
Após, os homens fizeram com que a vítima recolhesse os objetos dele que ficaram espalhados no asfalto. “Reviraram todo o meu carro e me disseram para seguir a viagem”, destaca. No entanto, com diversos ferimentos, o autônomo retornou para Campo Grande, onde procurou a Santa Casa e após atendido, foi até a Depac (Delegacia Especializada de Pronto Atendimento Comunitário) Centro.
Porém, o casal não registrou a ocorrência e foi orientado a retornar a um posto de saúde. Após atendido, acompanhado por uma conselheira tutelar, procurou a Corregedoria da PM, onde foi feito o boletim de ocorrência. A vítima foi encaminhada para realizar exame de corpo de delito.
O homem não soube informar de qual corporação fazia parte os supostos policiais. O caso será apurado.
