José Nochi, de 70 anos, foi condenado pela Justiça Federal de nesta semana por lavagem de dinheiro após ser investigado como proprietário de com 100 quilos de em 1998. O idoso atuava desde 1997 em Corumbá, distante 425 quilômetros de Campo Grande. Em uma história semelhante a séria americana Breaking Bad, o idoso foi preso novamente em 2008 em Santa Catarina ao ser flagrado refinando a droga junto com um químico boliviano.

Nochi, que atuava em MS e no sul do país com tráfico internacional de droga, foi condenado a cinco anos e dez meses de prisão em regime inicial fechado, com multa correspondente a cinco salários mínimos vigentes em 2000 e perda de diversos imóveis à União. Com uma enorme rede de laranjas e usando o nome dos filhos, Nochi teria declarado sempre a Receita Federal valores menores que R$ 25 mil em rendimentos tributáveis, apesar de movimentar, em um único ano, mais de R$ 700 mil na conta corrente.

Ao longo dos anos, segundo a denúncia do MPF (Ministério Público Federal), a família movimentou mais de R$ 6 milhões nas contas, indicativo do alto rendimento das atividades ilícitas praticadas pelo grupo chefiado por José Nochi, que se declarou agricultor e atuava na Cidade Branca sob a imagem de empresário do ramo de compra e venda de peças, mas na verdade, praticava tráfico internacional de drogas.

Os resultados financeiros da atividade eram camuflados por uso de contas correntes de terceiros e aquisição de fazendas e lotes urbanos no Paraná, até que ele foi preso, pela primeira vez, em setembro de 2001. Desde 1998 a Delegacia de Prevenção e Repressão a Entorpecentes de Campo Grande vinha investigando o grupo de José Nochi.

Em 2001, outro homem que seria membro da quadrilha foi preso em Miranda transportando 18 quilos de cocaína de origem boliviana, que seria entregue em São Paulo. O homem informou que recebia, para cada quilo de droga transportado, R$ 500.

Um dos membros da quadrilha declarou à Polícia Federal que no período de 1997 até agosto de 2000 vinha negociando cocaína adquirida na cidade de Puerto Quijaro/Bolívia e remetendo-a para o estado de São Paulo e que o transporte era feito por meio de pequenas aeronaves.

Da Bolívia, a droga seguia para ser entregue a um nigeriano em São Paulo, sempre por um piloto civil membro do grupo de Nochi.

Preso novamente

Após ser solto, Nochi foi preso novamente em 2008 refinando 37 quilos de cocaína. O idoso estava com um homem de 45 anos em Santa Catarina e afirmou, à época, tê-lo conhecido em um presídio de Campo Grande, também preso por . O filho de Nochi, que estava com 25 anos e um químico boliviano de 36 anos também foram presos.

A casa era alugada para refinar a droga. Foram apreendidos 17 quilos de cocaína transformada em pó e pronta para a venda e outros 20 quilos de pasta base em processo de refino. O produto em fase de refino, segundo a Polícia Federal, estava armazenado em tonéis. Também foram apreendidos dezenas de baldes com gasolina, solvente e bicarbonato de sódio, material que seria usado para acelerar o processo de refino.

A operação em Santa Catarina foi desencadeada a partir de informações repassadas por Fortaleza, Ceará, onde havia dados também repassados por Mato Grosso do Sul.