O tenente-coronel Luiz Carlos Rodrigues, de 45 anos, preso na última quinta-feira (1º) durante a deflagração de mais uma fase da Operação Oiketicus, em , passa por audiência de custódia nesta segunda-feira (5).

Em depoimento, o militar, que tinha contra ele um mandado de prisão e outro de busca e apreensão, disse que não se lembrava das munições de calibre .762 encontradas na gaveta de um aparador, na garagem de sua casa, na Vila Jacy.

O tenente ainda falou que não tinha armamento do mesmo calibre, então, não tinha motivos para ter as munições em casa. Ele já teria sido chefe da seção de material bélico da DGPL (Diretoria de Gestão de Patrimônio Logístico). O militar passa pela audiência de custódia nesta segunda (5) para determinar ou não pela manutenção de sua prisão.

A fase da operação deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) também prendeu um sargento da Polícia Militar, na última quinta (1º).

Esta fase deu continuidade às investigações referentes ao envolvimento de policiais militares com a facilitação do contrabando de cigarros.

Em abril de 2017, a Corregedoria da Polícia Militar denunciou uma “rede de policiais militares, maioria da fronteira, envolvidos em crime de corrupção e organização criminosa. A situação foi confirmada pelos promotores, que verificaram a associação de militares de diferentes patentes e regiões do Estado para facilitar o contrabando.

Segundo investigação, os policiais recebiam dinheiro em troca de facilitação, inclusive ao prestarem informações aos contrabandistas. Em algumas situações, as fiscalizações sequer eram feitas e as cargas de cigarro contrabandeado “passavam batido”.

Primeira fase

A primeira fase da megaoperação contou com a participação de cerca 125 policiais militares e nove promotores de Justiça. Os mandados tiveram como alvo residências e locais de trabalhos dos investigados, distribuídos nos municípios de Campo Grande, Dourados, Jardim, Bela Vista, Bonito, Naviraí, Maracaju, Três Lagoas, Brasilândia, Mundo Novo, Nova Andradina, Boqueirão, Japorã, Guia Lopes, Ponta Porã e Corumbá.

Todas as cidades fazem parte da chamada ‘rota cigarreira', que integra rodovias, estradas e cabriteiras usadas para transportar cigarros produzidos no Paraguai e vendidos ilegalmente nas ruas de cidades brasileiras a preços bem menores que os oficiais, por não pagar impostos.

Dentre os policiais militares presos, estão praças e oficiais. Após a realização dos procedimentos de praxe e eventuais lavraturas de autos de prisão em flagrante pela Corregedoria da Polícia Militar, serão encaminhados ao presídio militar de Campo Grande.