Danos nas celas foram confirmados 

A Sejusp (Secretaria de Estado Justiça e Segurança Pública) minimizou princípio de motim desencadeado nesta quarta-feira (18) nas penitenciárias de , Dourados, Três Lagoas e Dois Irmãos do Buriti. Revoltados com a transferência de seis líderes do PCC da unidade de Dourados e com serviço , os detentos se negaram a retornar para as celas após o banho de sol, e em algumas unidades, quebraram celas e ameaçaram atear fogo em colchões. No entanto, de acordo com a secretaria, a situação está sob controle.

Em nota divulgada à imprensa, a Sejusp informou que durante vistoria na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), internos tentaram impedir o acesso de policiais, ocasionando princípio de tumulto que foi controlado pelas forças de segurança.

“A medida repercutiu com manifestações nos presídios de Três Lagoas, Campo Grande e Dois Irmãos, em protesto às vistorias realizadas na PED, mas que foram rapidamente controladas pelas direções dos estabelecimentos penais e agentes penitenciários, sem maiores alterações e consequências, não sendo necessária a intervenção da Polícia Militar em nenhuma das unidades”, informou.

A secretaria de segurança confirmou danos nas celas da Capital e de Dourados e disse que os presos serão realocados até que que os reparos sejam feitos. Em Três Lagos um interno machucou a mão e foi socorrido.  

Pente-fino

Um pente-fino foi feito no estabelecimento penal nesta quarta-feira (18), na cidade de Dourados, que fica a 225 quilômetros de Campo Grande. Os agentes penitenciários foram auxiliados por aproximadamente 100 policiais do Batalhão de Choque, que se deslocaram de Campo Grande até o município. A vistoria aconteceu no raio 2 da penitenciária.

Segundo a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), a vistoria feita nesta quarta (18) já estava programada e não teria relação com as mortes de presidiários e nem com as ameaças feitas ao diretor adjunto. O presídio abriga 2 mil presos e tem capacidade para 700.

Mortes na PED

Nesta terça-feira (17), o preso José Luiz Alencar Domingos de 23 anos foi encontrado morto pendurado por uma corda na cela 3 do estabelecimento penal. Ele cumpria pena por furto e outros assaltos cometidos e em 2013 também teria sido preso por estupro. Na cela onde estava a vítima havia 13 detentos.

O corpo foi encontrado durante o ‘confere' na manhã desta terça (16). José tinha sido transferido em outubro de 2017 da Máxima de Campo Grande para a penitenciária de Dourados.

Em março deste ano, Divino Ferreira de 28 anos foi encontrado pendurado por uma corda artesanal em uma grade, durante o banho de sol dos internos. Antes de ser morto, ele foi obrigado a gravar um vídeo pedindo desculpas por ser simpatizante da facção criminosa rival CV (Comando Vermelho), ele ainda diz nomes de detentos do CV que estariam na lista de mortes do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Divino ainda diz no vídeo ter assassinado uma senhora e duas crianças e ainda diz que “passar um recado para todos do MS, quem manda aqui é o PCC, que está na pista”. Ele ainda cita nomes de membros da facção rival como Luizão, Cabeça de Porco, Paulo Tripa, que estariam marcados para morrer.

Ele pede desculpas por fazer ‘chacota' da facção criminosa e é obrigado a dizer que é ‘justo morrer'. Ele é cercado por outros detentos, tem uma corda amarrada no pescoço e é enforcado pelos colegas de cela.

No início de abril, o diretor adjunto da penitenciária registrou um boletim de ocorrência depois de sofrer ameaças de morte de um detento, que seria integrante da facção criminosa PCC.

Após o fato descoberto um ‘protocolo de segurança' foi colocado em prática para a preservação da vida do agente. De acordo com a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) todas a apurações devidas junto da Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário estão sendo apuradas.

Protesto detentos

No dia 10 deste mês, vídeos e áudios foram divulgados, onde os detentos fazem um ‘protesto' batendo objetos nas grades das celas. A intenção dos presos era a formação de um motim para a retirada de detentos do PCC de uma das alas do estabelecimento penal.

A Agepen negou a ocorrência do protesto e disse que os vídeos eram antigos, mas não revelou a data da filmagem. Sobre os áudios, a entidade disse ter identificado o detento e acrescentou que o celular que ele usou para espalhar os áudios foi apreendido.

O Comando da Polícia Militar na cidade, no entanto, confirmou o protesto dos presos e disse que o clima no local estava muito tenso. Informação que também foi confirmada pelo Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária).