‘Na sexta-feira teremos uma presidente mulher no país’

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga o caso de um sargento do 26º Batalhão da Polícia Militar (Santa Maria) que foi flagrado pelas câmeras de segurança de uma loja de conveniência agredindo dois funcionários do estabelecimento. Ao Correio, a assessoria da PMDF confirmou que o homem nas imagens é mesmo um policial militar, cujo nome não foi revelado.

As agressões ocorreram na sexta-feira (6/4), por volta das 21h, na loja do posto de gasolina próximo ao Condomínio Santa Mônica, em Santa Maria. O sargento agrediu um dos funcionários, dando sucessivos tapas e socos no rosto, além de coronhadas. Em determinado momento, outro trabalhador, que estava no caixa, também foi puxado e agredido da mesma forma. O policial chegou a apontar o revólver para a cabeça e o peito das vítimas, que não demonstraram nenhuma reação.

 

Consta no boletim de ocorrência, ainda, que o sargento realizou disparos no posto de gasolina, sendo que um deles acertou de raspão um frentista do estabelecimento. O som dos tiros fez com que alguém acionasse a PM, que enviou uma equipe, mas os militares que atenderam à ocorrência chegaram depois de o suspeito ter deixado o local. As vítimas foram acompanhadas até a 33ª Delegacia de Polícia (Santa Maria), onde relataram as agressões e ameaças.

 

Em nota, a PMDF informou que todos os casos envolvendo policiais militares são apurados atendendo os princípios de legalidade, contraditório e ampla defesa. A corporação ressaltou, ainda, que não compactua com nenhuma atitude ilícita. A apuração no âmbito da PM ficou a cargo da Corregedoria da corporação. O Correio questionou a PMDF sobre o que teria motivado as agressões, mas a corporação respondeu que “no momento não temos maiores informações sobre as circustâncias”.

 

Surto por distúrbio psiquátrico

A 33ª DP começou as investigações sobre o caso nesta segunda-feira (9/4). De acordo com o delegado-chefe, Rodrigo Telho, a defesa do sargento informou que ele está passando por tratamento psiquiátrico.

 

Além das agressões aos funcionários, o sargento ameaçou as vítimas. “Ele disse para os dois que não procurassem a delegacia, e que não denunciassem o que aconteceu”, contou Telho. Ainda de acordo com o delegado, não foi a primeira vez que o sargento discutiu com as vítimas. “Antes disso, ele já havia brigado com os dois. Mas daquela vez não foi registrada nenhuma ocorrência”, continuou.

 

 

 

Segundo informado ao delegado, o sargento ainda está na ativa, mas foi afastado do serviço por causa de uma licença médica devido ao seu estado psicológico. Telho não descobriu a motivação da ira do sargento, mas definiu o que aconteceu como uma bárbarie. “As imagens falam por si só. Não tem o que explicar”, frisou.

 

 

 

Telho disse ainda que dificilmente o sargento não será punido. “Se ele realmente conseguir provar que tem algum distúrbio mental, talvez tenha uma chance. Mas ele não pode negar o que fez. As imagens são fortes”, comentou. O militar, segundo Telho, deve responder aos crimes de tortura qualificada, disparo de arma de fogo, dano qualificado e dano ao bem público.

 

 

 

A arma utilizada pelo militar no dia das agressões não era da corporação. O sargento foi convidado pela DP a prestar um depoimento às 14h de hoje. Contudo, apenas o seu advogado apareceu, pois desde sábado o policial está internado em uma clínica de Sobradinho.