Após uma semana, o pai de Vicente de Oliveira Silva, o menino de 10 anos que morreu depois de ser baleado com um tiro acidental no ouvido, se apresentou à Polícia Civil de Sidrolândia na manhã desta quinta-feira (25). Ele compareceu junto ao seu advogado. A mãe da criança também foi ouvida.

Em depoimento, o pai do garoto disse que logo após atingir o filho, saiu correndo para pedir ajuda, mas ficou tão abalado com o que havia ocorrido, que não conseguiu mais voltar ao local.

Segundo o delegado Diego Dantas Santos, o pai  confirmou a versão já investigada pela polícia. “Com esse depoimento não foi acrescentado nenhum fato novo à investigação, tudo o que ele relatou em condiz com as provas, de que o tiro foi acidental”, explica.

Ainda de acordo com o delegado, a mãe do menino também foi ouvida nesta manhã, ela confirmou a versão do marido e disse que o pai tinha um ótimo relacionamento com a criança.

“Agora iremos finalizar o inquérito e encaminhá-lo, junto aos laudos periciais, para a Justiça. Ele responderá pelo crime de homicídio culposo e porte ilegal de arma, já que a espingarda não tinha registro”, adianta Dantas.

O pai foi ouvido e liberado. Há um mandado de prisão em aberto contra ele, pelo crime de violência doméstica, no entanto, ele não será detido por causa do período eleitoral que proíbe prisões, exceto em flagrante, 5 dias antes e 48 horas depois das eleições.

O caso

O garoto foi atingido em um assentamento em Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande. O pai estava uma espingarda para mostrar para um amigo, possível comprador, momento em que a arma disparou e atingiu o filho. Ele fugiu logo após balear o menino.

A mãe da criança chamou o socorro e a polícia dizendo que o marido havia atirado acidentalmente. O menino morreu ainda no local. A espingarda calibre 36 foi apreendida pela polícia.