Luiz Alves Martins Filho, o Nando, foi condenado a 18 anos  e 3 meses de prisão em regime fechado na tarde desta sexta-feira (29), em , pela morte de Café, a ´p. O motivo do crime: ele devia dois fretes no valor de R$ 170 para Nando.

Jean Marlon Dias Domingos, acusado pelo mesmo crime, foi condenado a 15 anos e seis meses por homicídio e ocultação de cadáver.

Preso desde o dia 10 de novembro de 2016, o serial killer é acusado pela morte de 16 pessoas. O homem, que matava suas vítimas por asfixia porque não gostava de ver sangue,  enterrava suas vítimas de cabeça para baixo em um cemitério clandestino no Jardim Veraneio. Seu julgamento acontece 1 ano e 8 meses depois de sua prisão e acusação dos assassinatos. 

Defesa
Nando negou ter cometido os 16 assassinatos e disse ser Jeová Ferreira Lima de 57 anos, o Vasco, o autor de todos os homicídios. Ele teria sido incriminado por manter um relacionamento com Vasco, e por saber de tudo. Ainda durante o depoimento, Nando contou que mantinha relações sexuais com Jean e Vagner.

Ele disse que chegou a denunciar os crimes à polícia e até teria revelado os locais onde os corpos estariam enterrados. A denúncia teria sido feita após a morte de Ana Cláudia Marques, de 37 anos, que foi assassinada em setembro de 2015 por dívidas de drogas com o grupo. O corpo foi encontrado no dia 23 de novembro de 2016. O enterro de Ana aconteceu no dia 19 de agosto de 2017.

Segundo ele, a confissão dos crimes só aconteceu porque foi torturado na delegacia com choques e sacolas de plástico na cabeça.

Nando está preso desde 10 de novembro de 2016, dois meses após o início das investigações feita pela polícia sobre a morte de ‘Leleco’, Leandro Aparecido Nunes Ferreira, de 28 anos. Leleco foi morto a tiros no dia 2 de setembro, por dois rapazes em uma motocicleta. Durante as investigações do homicídio, a polícia concluiu que a vítima tinha envolvimento com o grupo responsável por um esquema de exploração sexual e tráfico há aproximadamente 3 anos.

Transferência

Nesta sexta, o serial killer conseguiu autorização da Justiça para ser transferido da PED (Penitenciária Estadual de ) para unidade prisional em Campo Grande. A Agepen (Agência Estadual de Gestão do Sistema Penitenciário) informou que vai providenciar a remoção assim que for notificada oficialmente.

Ele cumpria pena no Instituto Penal da Capital, mas foi transferido em abril por complicações de saúde e depois de se desentender com outro detento.

O advogado que faz a defesa de Nando explicou que, embora transferência tenha sido autorizada pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos da 2ª Vara do Tribunal do Júri, a readequação cabe à Agepen, que regula do sistema prisional de Mato Grosso do Sul.

Mortes no Danúbio Azul

‘Café’, que não teve o nome divulgado, foi morto por Jean, Michel e Nando e localizado em uma das primeiras escavações. Ele devia dois fretes no valor de R$ 170 para Nando.

‘Alemão’, morto há 4 anos por Jean, Nando e uma terceira pessoa ainda não identificada e também já foi encontrado. Ele vendeu para um integrante do grupo criminoso uma TV e usou o dinheiro para comprar drogas. Ao descobrirem que o aparelho era furtado, os criminosos mataram o rapaz.

Bruno Santos da Silva, o ‘Bruninho’, foi assassinado em 2013 por Nando e localizado pela polícia na semana passada. Em 2009 ele teria agredido um sobrinho de Nando, que o estrangulou por vingança.

Ana Cláudia Marques, de 37 anos, era mãe de 6 filhos e foi assassinada em setembro de 2015 por dívidas de drogas com o grupo. Ela foi localizada no dia 23 de novembro de 2016 e enterrada no último dia 19 de agosto de 2017.

Flávio Soares Correa, morto em abril de 2015, com 25 anos. Foi assassinado por Jean e Nando porque praticava furtos no bairro e era considerado ‘afeminado demais’ pelos criminosos.

No dia 24 de novembro foram encontrados, Jhennifer Luana Lopes, a Larissa, morta em março de 2016, aos 16 anos, por Nando e Michel porque praticava furtos e Lessandro Valdonado de Souza, de 13 anos, que foi assassinado porque flagrou uma traição da cunhada Talita.

Outra vítima encontrada foi identificada como Aline Farias Silva, de 22 anos. Ela foi morta por furtas objetos no bairro para comprar drogas. A família só conseguiu realizar o enterro um ano e seis meses após a morte. O sepultamento ocorreu no dia 29 de julho de 2017.