Após julgamento realizado na tarde desta quinta-feira (7), em , a Justiça condenou sete policiais militares presos durante a , que investigou esquema criminoso integrado por policiais que facilitavam o contrabando de cigarros, a chamada ‘máfia cigarreira’. Somadas, as penas ultrapassam 80 anos de prisão que, de início, deverão ser cumpridas em regime fechado.

Lisberto Sebastião de Lima, Elvio Barbosa Romeiro, Vandison de Pinho, Ivan Edemilson Cabanhe e Erik dos Santos Osuna foram condenados pelos crimes de corrupção passiva e organização criminosa. Angelúcio Recalde Paniagua e Jhondnei Aguilera também tiveram condenação pelos mesmos crimes agravados pelo fato de que, para a Justiça, a exercia o comando do esquema criminoso.

Elvio, Vandison, Ivan, Lisbeto e Erik tiveram penas fixadas em 11 anos e quatro meses de reclusão cada. Já Jhondnei e Angelúcio foram condenados a 12 anos e três meses de prisão. Nazário da Silva, que também era investigado, foi absolvido dos crimes porque não foram encontrados indícios suficientes para condená-lo.

A sentença foi proferida pelo juiz Alexandre Antunes da Silva da Vara de Auditoria Militar de Campo Grande.

Para a próxima segunda-feira (9) estão agendados os julgamentos dos oficiais de alta patente Admilson Cristaldo, Luciano Espíndola e Oscar Leite Ribeiro. Já no dia 13 será a vez dos praças Aparecido Cristiano Fialho, Claudomiro de Goe, Cleyton Azevedo, Marcelo de Souza Lopes e Nilson Espíndola.

Dia 17 passam por julgamento Ricardo Campos Figueiredo e novamente Aparecido Filho, desta vez, pelo de associação criminosa. O último júri do caso realizado neste ano será no dia 18 quando Ricardo Figueiredo será julgado pelo crime de obstrução de Justiça.

Agiam desde 2015

A Operação Oiketikus foi desencadeada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) do Ministério Público Estadual e pela Corregedoria Geral da Polícia Militar. Ao todo, 29 policiais foram denunciados por corrupção passiva e organização criminosa, por integrarem a chamada “Máfia dos Cigarreiros”.

As investigações iniciaram em abril de 2017 e apontaram que policiais militares de Mato Grosso do Sul davam suporte ao contrabando, mediante pagamento sistemático de propina, interferindo em fiscalização de caminhões de cigarros para que não ocorressem apreensões de cargas e veículos, além de adotarem outras providências voltas para o êxito do esquema criminoso.

De acordo com a denúncia do Gaeco, os cigarreiros agiam associados desde o início de 2015, estruturalmente ordenados e com divisão de tarefas. As atividades eram desenvolvidas em dois grandes núcleos.

O primeiro compreendia a região de , Jardim, Guia Lopes da Laguna, e Bonito; ao passo que o segundo Maracaju, Dourados, Naviraí, Mundo Novo, Iguatemi, Japorã e Eldorado.

Todas as cidades fazem parte da chamada ‘rota cigarreira’, que integra rodovias, estradas e cabriteiras usadas para transportar cigarros produzidos no Paraguai e vendidos ilegalmente nas ruas de cidades brasileiras a preços bem menores que os oficiais, por não pagar impostos.