A Justiça negou, nesta terça-feira (22), três pedidos de habeas corpus para envolvidos na ‘Máfia dos Cigarros’, mais quatro pedidos ainda serão analisados. Nesta quarta-feira (23) foi deflagrada a 2º fase da Operação Oiketikus pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).

12 pessoas foram até a sede do Gaeco para prestar depoimento e esclarecimentos sobre as apreensões feitas na deflagração da 1º fase, na última quarta-feira (16), quando 21 policiais militares foram presos.

Apenas o sargento Ricardo Campos Figueiredo, que era assessor da Secretaria de Governo, conseguiu a liberdade através de um habeas corpus. 

Um policial militar da cidade de Maracaju foi um dos que prestaram depoimento nesta manhã de quarta (23). Segundo ele, os questionamentos eram sobre os materiais apreendidos como computadores, documentos, celulares e escutas telefônicas.

Investigação

A investigação teve início em abril do ano passado, quando a corregedoria da Polícia Militar repassou aos promotores denúncias sobre “rede de policiais militares, maioria da fronteira, envolvidos em crime de corrupção e organização criminosa”. Os promotores reforçam que militares de diferentes patentes e regiões do Estado se associaram para facilitar o contrabando.

Em troca, os militares recebiam propinas de até R$ 100 mil para fazer “vista grossa” e até repassar informações sigilosas aos contrabandistas. Em alguns casos, os PMs sequer iam para a rodovia fazer a fiscalização, evitando, assim, contato com as cargas de cigarro.

Policiais afastados

Todos os 21 policiais foram afastados e substituídos. De acordo com Comando Geral da Polícia Militar, as denúncias já eram investigadas pelas corregedorias da Polícia Militar, Civil e Federal. Concluídas, as investigações serão enviadas para o Ministério Público Estadual, Auditoria Militar Estadual ou Ministério Público Federal.

Foram presos durante a operação Admilson Cristaldo Barbosa, Luciano Espíndola da Silva, Ricardo Campos Figueiredo, Anderson Gonçalves de Souza, Angelucio Recaldi Paniagua, Aparecido Cristiano Fialho, Claudomiro de Goez Souza, Clayton de Azevedo, Elvio Barbosa Romeiro, Ivan da Silva, Van Edemilson Cabanhe, Jhondenei Aguilera, Lisberto Sevastião de Lima, Marcelo de Souza Lopes, Nazario da Silva, Nestor Bogado Filho, Nilson Procedônio Espíndola, Roni Lima Rios e Valdson Gomes de Pinho.

Vale lembrar que todos são, por enquanto, apenas investigados. Alguns casos possuem bastante indícios de envolvimento, e haveria situações de flagrante enriquecimento ilícito, mas o rumo das suspeitas ainda depende do trabalho investigativo que está sendo realizado pela Corregedoria e pelo Gaeco.