Delação premiada e comoção moral

David da Silva Roseno e Francisco Pereira Feitosa, réus confessos no envolvimento da morte do advogado Nivaldo Nogueira de Souza que aconteceu em 2009 em Costa Rica, a 334 quilômetros de , foram inocentados pelo Júri Popular nesta quinta-feira (19) no Tribunal do Júri de Campo Grande.Dupla envolvida em execução de advogado é inocentada

A tese da defesa foi a de que a dupla colaborou com a Justiça em apontar o mandante da execução com uma delação premiada. Outro argumento utilizado foi o de comoção moral para os dois que já haviam cumprido 5 e 8 anos de prisão.

Na próxima terça-feira (24) serão julgados Edoildo Ramos e Jair Roberto Cardoso apontados como intermediários no crime. Na quinta-feira (26) deverá ser julgado Osvaldo José de Almeida, acusado de ser o mandante do assassinato.

Os envolvidos já tinham passado por um julgamento em 2013, mas como parte foi absolvida, foram marcados os novos julgamentos. O único que não será julgado novamente é Michel Leandro, 35, autor da execução.

O crime

Os envolvidos no crime receberiam R$ 40 mil de Oswaldo José de Almeida Júnior, mais conhecido como “Dinho”, 54 anos, apontado como mandante. Oswaldo, segundo a acusação do Ministério Público Estadual (MPE), mandou matar o advogado por vingança, pois a vítima estaria perturbando sua vida, inclusive processualmente, o que configuraria o motivo torpe.

 

No dia do crime, David, de 30 anos, levou Michel, de 35 anos, na garupa de uma moto até o local, onde estava o advogado- uma lanchonete. Outro participante, Francisco Pereira, de 30 anos, teria passado de carro e avisado que o advogado estava no bar. Após passar algumas vezes em frente a lanchonete, David subiu com a moto na calçada em frente ao estabelecimento, Michel Leandro desceu e atirou duas vezes contra Nivaldo. Após fugirem, Michel entrou no carro de Francisco e fugiram, a duas quadras do local do crime.

 

Segundo a acusação, Edoildo Ramos e Jair Roberto Cardoso são intermediários na contratação dos executores. Já Willian Inácio Rodrigues, de acordo com o MPE, teve participação moral e material pois apresentou Michel como pistoleiro.