Baterista foi indiciado por latrocínio

Imagens de câmeras de segurança do motel Gruta do Amor, onde a musicista Mayara Amaral de 27 anos foi morta a golpes de martelo, no dia 25 de julho mostram Luís Alberto Bastos Barbosa, de 29 anos, entrando e saindo sozinho de um dos quartos do estabelecimento, no carro da musicista. Ele também foi flagrado por imagens de uma conveniência.

Pelas imagens é possível ver quando o carro de Mayara, um Volkswagen Gol de 1992 entra em um dos quartos do motel às 22 horas do dia 24 de julho, na sequência já no dia 25, Luís levanta a porta da garagem por volta das 8 horas da manhã, anda pelo corredor e volta para o quarto saindo do motel por volta das 10 horas – ele demora na saída do motel quando deixa um documento de Mayara como garantia por não ter a taxa extra da limpeza para o quarto. Nas imagens é possível ver apenas o baterista no veículo.

Já as 11h23 Luís é visto na rua de sua residência saindo e entrando do imóvel, quando por volta do meio dia o baterista é visto em uma conveniência carregando uma mochila. Ele teria ido até o local para comprar álcool para atear fogo no corpo da musicista.

O inquérito sobre a morte de Mayara Amaral foi concluído pela Polícia Civil, e aponta que Luís planejou, matou e queimou o corpo da musicista sozinho. O inquérito foi finalizado na última sexta-feira (4).

Nele aponta que Luís e Mayara mantinham um relacionamento sexual, há um tempo, e o laudo pericial aponta que a musicista manteve relação sexual no dia do crime, porém, o resultado é inconclusivo para estupro. Os bens da vítima subtraídos por Luís foram avaliados em R$ 17.300,00 e consistem em um notebook, um aparelho celular, um veículo, um violão, uma guitarra e um aparelho amplificador.

O baterista foi indiciado por latrocínio – roubo seguido de morte -, ocultação e destruição de cadáver. Já Ronaldo da Silva Olmedo, de 30 anos, conhecido como “Cachorrão”, foi indiciado por tráfico de drogas, por ter fornecido entorpecente ao baterista, inclusive pasta base de cocaína, no dia do crime.

A prisão preventiva de Anderson Sanches Pereira de 31 anos foi revogada pela polícia que não encontrou indícios de sua participação no crime.VÍDEO flagrou baterista comprando álcool e entrando em motel onde Mayara foi morta

A defesa

A estratégia da defesa de Luís deve “culpar as drogas” pelo assassinato de Mayara Amaral. “O grande lance deles era o uso de drogas, e a música. Estavam até querendo fazer um ‘projetinho’ juntos. [As drogas] Foi o grande enlace deles. Se tiver um grande culpado nessa tragédia, são as drogas. Porque a moça [Mayara] era uma moça decente, ele, um rapaz maravilhoso. Nunca teve problemas com a Justiça. Ele está arrasado, tanto quanto a família da moça”, antecipa Conrado Souza Passos, advogado de Luis.

Nesta segunda-feira (7), o advogado procurou o Fórum da Capital para tentar que o acusado seja novamente ouvido pela Polícia Civil e possa dar a nova versão do que aconteceu no dia do assassinato. O crime foi tipificado como latrocínio –roubo seguido de morte- mas a defesa tenta a mudança para feminicídio, que tem a pena menor.

Passos explica que pretende conversar pessoalmente com o promotor da 4ª Vara, onde o caso está até o momento, para “ponderar para que o processo seja devolvido em diligência”. Ou seja, o procedimento retorna para a Polícia Civil para que seja colhido o novo depoimento de Luís.

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