Sobrevivente é incluída em programa de proteção a testemunhas

A ação de pistoleiros que executaram a tiros um casal de brasileiros no Paraguai na segunda-feira (2) foi flagrada por câmeras de segurança instaladas nos arredores da Universidade Católica de Assunção. As imagens mostram que , de 41 anos, e sua noiva Milena Soares, de 26 anos, foram mortos em uma emboscada na Rua Tenente Lilio Cantalupi, no bairro da República. A irmã da jovem sobreviveu.

Essa gravação divulgada pelo jornal ABC Color confirma a versão dada à polícia pela sobrevivente do ataque. As vítimas seguiam numa Toyota Hilux de cor branca e foram seguidas por outras duas picapes, uma S-10 de cor preta e outra Toyota Hilux bordô, ocupadas por pistoleiros fortemente armados.

Nas imagens, é possível ver que às 12h47 Jacques vira numa esquina e reduz a velocidade, momento em que a S-10 se aproxima e poucos metros depois emparelha com a picape das vítimas. É nesse momento que os disparos começam. Segundos depois, enquanto motociclistas percebem a situação e param a distância, a outra caminhonete usada pelos pistoleiros faz a mesma conversão e vai em direção de onde ocorre o ataque.

Baleado, Jacques perdeu o controle e colidiu contra o muro de uma casa. O jornal paraguaio manifesta surpresa ao mencionar que a irmã de Millena conseguiu “inexplicavelmente sair ilesa em meio a dezenas de projéteis que passaram a centímetros dela” e avalia que esse foi “um dos assassinatos mais violentos vistos na capital” do Paraguai.

A S-10 já havia sido encontrada abandonada no dia seguinte ao crime. E na noite de terça-feira (3) a polícia também conseguiu apreender a Hilux usada no ataque. As caminhonetes foram deixadas pelos pistoleiros e agora passam por perícia. Ambos os veículos apresentam sinais de adulteração, indício de que tenham sido roubadas no Brasil, conforme autoridades do país vizinho.

Até o momento, não há novas evidências a serem analisadas. Mas ontem a advogada Laura Casuso, que defende o narcotraficante brasileiro , preso em Assunção, disse crer que o ataque tenha sido uma mensagem a seu cliente, uma vez que Jacques era homem de extrema confiança dele. “É fácil pensar que uma pessoa com a condição do senhor Pavão possa ter gente que não simpatize com ele, então não deixamos de pensar que [o assassinato de Jacques] possa ser uma mensagem”, afirmou.

O ABC Color informa que hoje a irmã de Millena, única sobrevivente do ataque, será ouvida pelo juiz Hugo Sosa Pasmor e depois será incluída no programa de proteção a testemunhas e levada a um lugar seguro. Os três estavam no Paraguai para as festividades de Ano Novo.

Assista ao vídeo aqui.