Grupo tinha seis aeronaves 

Associação criminosa que abastecia tráfico de cocaína em Mato Grosso do Sul foi desmanchada pela polícia durante a fase Narcos da Operação Ícaro. Ao todo, os criminosos tinham seis aeronaves que traçavam uma rota que levava a droga vinda da Bolívia para abastecer pontos de vendas em Campo Grande, São Gabriel do Oeste e Ponta Porã.

Durante investigações a polícia indiciou nove pessoas por tráfico pelo uso de aeronaves. Entre eles, o líder da organização, Wadison Raniele, de 36 anos, e seu braço direito, Wellington José Magalhães, de 36 anos, apontado como gerente financeiro do grupo. Além deles, foram presos pai e filho responsáveis por descaracterizar as aeronaves usadas pela quadrilha, além de laranjas. 

De acordo com a delegada Ana Cláudia Medina da Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado), o grupo comprava as aeronaves no nome de laranjas e as descaracterizavam para despistar a polícia. Além disso, os criminosos adulteram o tanque de combustível para que os aviões fizessem voos mais longos. “Eles não queriam parar a toda hora para abastecer, por isso alteravam o tanque para comportar mais combustível. Eles faziam voos baixos, porém longos”, explica a delegada.

Queda na Bolívia

A queda de uma aeronave na Bolívia no dia 21 de dezembro foi o que levantou suspeita da polícia. No dia seguinte à queda, Wadson acionou registou Boletim de Ocorrência informando que aeronave envolvida no acidente era sua e havia sido furtada, porém, durante investigações os policiais descobriram que se tratava de um falso comunicado de furto.

Três dias após a queda da aeronave, durante diligências para investigar o possível furto, a polícia encontrou um helicóptero em um hangar de Campo Grande, que estava sendo modificado. “Estavam mexendo na aeronave para que ficasse com as mesmas características da que caiu na Bolívia”, explicou a delegada.

No decorrer das investigações, a polícia conseguiu chegar ao líder da organização. Wadson foi preso no dia 4 de agosto e assim. Os envolvidos serão indiciados por tráfico de drogas, falsa comunicação de crime, posse irregular de arma, associação criminosa e atentado contra segurança de voo, nunca antes atribuída no Mato Grosso do Sul.