Prisão de ‘braço direito do PCC’ motivou operação em 11 cidades de MS
Tardelli foi preso, na Bolívia, após liderar assalto a carro-forte
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Tardelli foi preso, na Bolívia, após liderar assalto a carro-forte
A Operação ‘Roubo a Instituições Financeiras’ deflagrada, nesta quinta-feira (25), pela Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública) foi motivada após série de roubos e explosões em bancos praticados por grupos criminosos. Em abril, o brasileiro Mariano Tardelli, considerado o “braço direito do PCC” foi preso durante Operação “Made In Bolívia” suspeito de liderar um assalto a um carro-forte, no país.
Por meio do GGI-FRON-DIV (Gabinete de Gestão Integrada de Fronteiras e Divisas) a ação é mais uma operação do Pacto Integrador de Segurança Pública Interestadual e ocorre em 16 estados da Federação no combate e prevenção ao crime de furto, roubo e explosões contra as instituições financeiras.
Em Mato Grosso do Sul a força-tarefa é realizada em 11 municípios: Campo Grande, Sonora, Pedro Gomes, Alcinópolis, Aral Moreira, Água Clara, Camapuã, Corumbá, Ladário, Anastácio e Paranaíba.
De acordo com o diretor executivo do GGI-FRON-DIV, coronel Edimilson de Oliveira Ribeiro, todas as forças de segurança e demais instituições participantes estão realizando abordagens e pontos de bloqueios móveis itinerantes em locais previamente catalogados pelo setor de inteligência.
“Algumas apreensões já estão sendo efetuadas em razão das ações integradas. Ocorrências foram registras nas cidades de Água Clara e Sonora”, destacou o coronel.
A operação “Roubo A Instituições Financeira”, conta também com o apoio da PRF (Polícia Rodoviária Federal), que está atuando nas rodovias federais de acessos a esses municípios.
O Exército Brasileiro da 9° Região Militar disponibilizou o Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados que estão fazendo as inspeções em pessoas jurídicas que exercem atividades com explosivos e produtos correlatos nas regiões de Campo Grande, Paranaíba, Corumbá e Ladário.
PRISÃO
A prisão de Tardelli ocorreu 10 dias após o assalto a um carro forte Brinks, de onde foi levado US$ 1,3 milhão. O assalto ocorreu no dia 30 de março. Ele estava vivendo, escondido, na comunidade Naranjo, a 70 quilômetros de Roboré. No dia da captura, Tardelli foi encontrado ferido, após troca de tiros, em uma mata entre Roboré e a comunidade de Santa Ana.
O brasileiro usava a mesma tática do ex-barão da droga Pablo Escobar, na Colômbia, para ganhar apoio e simpatia das pessoas e difamar a polícia, conforme o vice-ministro de Segurança Pública, Carlos Aparicio. Ele acompanhou as ações, por 7 dias, e garantiu que ele foi protegido por conta da ‘fama de bonzinho’.
As investigações apontam que o grupo criminoso se escondia na Fazenda Laura, a 10 km da comunidade Santa Ana, na Bolívia. O local estava bastante vigiado e cinco agentes ficaram feridos, durante a invasão a propriedade.
ATAQUES PLANEJADOS
A polícia prendeu pessoas que tinham relação com o grupo, desde o primeiro dia de operação, afirmou o ministro. A ação policial enfrentou dificuldades até com o clima, pois choveu dois dias seguidos.
O ministro do governo boliviano Carlos Romero Mariano Tardelli e o restante do bando são como ‘mensageiros’ do PCC. No rancho, onde o grupo se refugiava, tinha campo de treinamento, para tiro e atividade física.
Durante confronto, eles até queimaram a casa para tentar fugir. Era do rancho, que o grupo agi como ‘mensageiro’ e organizava ataques semelhantes em instituições financeiras no Brasil, especialmente em Mato Grosso. A maioria é procurada pela Justiça.
O ministro pontuou que eles estavam prontos para agir em outro país e já tinham planejado um segundo golpe. Eles tentariam o resgate de seus companheiros brasileiros presos, em outubro 2016, após assalto de joias valiosas.
ASSALTO
As investigações apontaram ainda, que o carro da Brinks, foi seguido no dia do crime, pelo peruano Pablo Roland Guzmán de la Cruz, que também foi preso domingo. Ele acompanhou o carro forte, desde que o veículo deixou Santa Cruz. O assalto foi planejado no Rancho Laura, há três meses.
Os outros brasileiros presos foram Luis Miguel Monteiro Duarte e seu irmão Lorenzo. Eles eram braços direitos de Tardelli e os únicos a também ajudarem a comunidade com alimentos, roupas e medicamentos. A namorada e tia de Tardelli também foram presas para não atrapalharem as investigações.
MADE IN BOLÍVIA
O comandante da polícia Rubén Suárez e responsável pela operação ‘Made in Bolívia’, disse que, apesar dos ataques a polícia conseguiu realizar as prisões.
Segundo Suárez, Tardelli afetou diversas operações da FELCN (La Fuerza Especial de Lucha Contra el Narcotráfico) e estaria ‘quebrado’, por isso, planejou o ataque ao carro forte da Brinks.
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