Manifestação é nos presídios federais

Presos em Mato Grosso do Sul que integrariam a facção PCC (Primeiro Comando da Capital) fizeram uma espécie de greve nos presídios do Estado, nesta terça-feira (24). Eles não saíram das celas nem para o chamado banho de sol, informação confirmada por Ailton Stropa, diretor-presidente da Agepen (Agência Estadual de Administração  Penitenciária).

O manifesto, segundo disseram membros do PCC, que usam com frequência as redes sociais, como o WhatsApp (que exige o telefone como comunicador), tem a ver com “pressões” exercidas por agentes penitenciários que vigiam os encarcerados em penitenciárias federais.

O ato tem alcance nacional e, segundo um integrante do PCC, em MS, a greve teria sido articulada pelos principais chefes da organização.

No comunicado emitido pelo WhatsApp, os seguidores da sigla criada dentro de presídio de São Paulo, em 1993, relacionaram em 20 tópicos, as pressões contra os encarcerados nos presídios federais. Cumprem penas em MS em torno de 800 do PCC, segundo o Ministério Público de São Paulo. A Agepen-MS disse monitorar as movimentações da facção, contudo, não divulga números.

Depois dos embates dentro dos presídios de Roraima, Amazonas, Paraná, Belo Horizonte e Rio Grande Norte, que provocaram uma carnificina, com mortes de ao menos 130 presos, o governo federal determinou a transferência dos líderes das facções envolvidos nos episódios.

Para o presídio federal de MS, que fica em , foram trazidos 12 detentos do grupo que havia determinado a matança.

Os detidos nas penitenciárias federais, conta o preso do PCC, em Campo Grande, estariam sendo “agredidos com choque e spray de pimenta, além de pressões psicológicas”, diz a mensagem.

Os agentes penitenciários federais estariam agindo em represálias às transferências.

O comando do presídio federal, em Campo Grande, ainda não se manifestou quanto ao comunicado assinado por “Família 1533, do PCC”.

Já o diretor-presidente da Agepen-MS, disse que “as celas ficam abertas para eles [presos] saírem para o banho de sol, mas não são obrigados, então, se quiserem podem ficar por lá, nas celas”.

O PCC tem membros dentro e fora dos presídios. O grupo foi criado com a intenção de brigar por direitos dos presos, contudo, segundo as autoridades policiais, a facção, para se capitalizar, comanda assaltos, sequestros e até execuções. A organização cobra uma espécie de dizimo dos encarcerados filiados.