Segunda fase investiga contrato de R$ 190 milhões

O empresário Mário Celso Lopes, ex-sócio da Eldorado Celulose, preso nesta manhã (8) durante a segunda fase da Operação Greenfield, é mantido na Delegacia de Polícia Federal de Três Lagoas. Natural de Andradina (SP), onde foi preso, ele é ouvido na cidade que fica a 338 quilômetros de Campo Grande.

A Eldorado Celulose, empresa do grupo J&F, que também controla a JBS, é investigada pela Polícia Federal por um contrato de R$ 190 milhões entre dois sócios, que teria sido usado para mascarar suborno e comprar o silêncio de um empresário da concorrente Eucalipto Brasil. Tal empresário saberia de informações que poderiam ajudar nas investigações da PF.

Ao todo, 30 policiais federais cumpriram ordens judiciais em São Paulo e, em Mato Grosso do Sul, foram cumpridos dois mandatos de busca e apreensão no município de Ribas do Rio Pardo, a 90 quilômetros de Campo Grande, onde está instalada uma fábrica da Eldorado.

Os mandados foram expedidos por decisão do juiz Vallisney de Souza, da 10ª Vara da Justiça Federal no DF. Em pedido de bloqueio dos bens de Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, além do afastamento, o Ministério Público Federal já tinha mencionado o contrato de R$ 190 milhões entre a Eldorado Celulose e a empresa Eucalipto Brasil S/A.

A suspeita chegou aos investigadores por meio de uma testemunha. O contrato trata de fornecimento de massa floresta de eucalipto para produção de celulose. A investigação é se a negociação não teria como objetivo “recompensar o silêncio” de um ex-sócio do grupo.

Mário Celso não está detido em cela, de acordo com o site JPNews e presta depoimento ao delegado Alan Wagner Nascimento Givigi.

Primeira fase

A operação Greenfield foi deflagrada originalmente pela PF em setembro do ano passado, para investigar suspeita de fraude nos fundos de pensão de estatais Previ (do Banco do Brasil), Petros (da Petrobras ), Postalis (dos Correios) e Funcef (da Caixa Econômica Federal), tendo como base dez casos revelados a partir do exame das causas de déficits bilionários apresentados pelos fundos.

A investigação apura desvios de R$ 8 bilhões nos fundos de pensão Funcef, Petros, Previ e Postalis. No dia 5 de setembro de 2016, foram cumpridos 127 mandados de busca e apreensão em oito estados brasileiros, além do Distrito Federal.

A lista dos investigados inclui executivos e diretores de fundações, como os irmãos Joesley e Wesley Batista, do grupo JBS-Friboi. O empresário e ex-presidente da empreiteira OAS, José Adelmário Prinheiro, o Léo Pinheiro, chegou a ser levado por condução coercitiva. (Relembre a lista de investigados)

(Matéria editada às 12h40 para acréscimo de informações)