Preso há 16 dias, agente que matou pedreiro consegue liberdade
18 testemunhas teriam dito que ele apanhava quando atirou
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18 testemunhas teriam dito que ele apanhava quando atirou
O agente penitenciário federal Joseilton Cardoso, de 33 anos, será solto nesta terça-feira (10), 16 dias depois de matar o pedreiro Adílson Ferreira dos Santos, de 23 anos, no estacionamento do shopping Bosque dos Ipês, durante show de dupla sertaneja. A ordem de soltura foi expedida há pouco pelo juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri.
De acordo com o advogado responsável pelo pedido atendido pelo judiciário, José Roberto da Rosa, o agente penitenciário que está detido em cela do Garras (Grupo Armado de Resgate e Repressão a Assaltos e Sequestros) será solto na tarde de hoje.
Rosa explica que no pedido há relatos das 18 testemunhas ouvidas pela Polícia Civil e que a maioria afirma que Joseilton apanhava quando atirou. “Eu esperei a conclusão do inquérito e juntei relatos das testemunhas, que em unanimidade disseram que meu cliente estava apanhando e se defendeu”, disse o advogado, que defende a tese de legítima defesa.
Versão da defesa
Em nota divulgada pelo Sinapf/MS (Sindicato dos Agentes de Execução Penais Federais em Mato Grosso do Sul), o agente teria dito que foi jogado ao chão e agredido com socos, chutes e pontapés por um grupo.
A briga teria começado depois que algumas pessoas teriam tentado furar a fila do banheiro e o agente, Joseilton, teria reclamado com o grupo e na volta para seu camarote foi agredido com um soco nas costas, vindo a cair pelas escadarias.
Neste momento foi agredido pelo grupo e na tentativa de se defender acabou efetuando o disparo, sendo que o tiro atingiu o tórax de Adilson, que morreu no local. Segundo informações da nota, o agente teria dito que foi quase ‘linchado’ pelo grupo.
Ainda de acordo com a nota, Joseilton possui porte de arma de fogo em todo território nacional, e que todos os agentes possuem capacitação física, psicológica e treinamento rígido para a utilização de armas de fogo.
O que diz a família
A mãe do jovem, Marlene Souza Silva, de 44 anos, disse que esta era a primeira vez que o filho saia para um show, “Parece que eu estava pressentindo o que ia acontecer”, fala Marlene. De família evangélica, Adilson era um rapaz tranquilo e estava a menos de um ano morando em Campo Grande após vir embora de Santa Catarina, diz a mãe que chorava a morte do único filho.
Familiares afirmaram que o corpo foi retirado do local do crime, por volta das 5 horas, depois que o palco foi desmontado. A vítima trabalhava em obras e é pai de uma recém-nascida que não conheceu. A criança mora em Santa Catarina e Santos estava com viagem marcada para conhecer a filha.
Um dos primos de Adílson disse que ele encontrou o agente em um banheiro feminino com a porta entreaberta e pensando estar passando mal tentou ajudar, quando foi empurrado pelo autor que em seguida efetuou o disparo, que atingiu o tórax da vítima.
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