Mentor organizava crimes de dentro do Instituto Penal

O Batalhão de Choque da Polícia Militar prendeu na madrugada desta sexta-feira (1º) parte de uma quadrilha especializada no golpe do em . Três suspeitos foram presos e o mentor dos crimes foi identificado como um interno do IPCG (Instituto Penal de Campo Grande). Segundo a polícia, de dentro do presídio e por telefone, ele repassava informações dos roubos aos comparsas.

Denúncias anônimas levaram os policiais ao primeiro suspeito: Erickson Velasquez Ferreira, de 29 anos. Ele foi abordado no momento que chegava a casa de uma tia, confessou participação em uma série de roubos de caminhões e apontou o local em que escondia as armas usadas pelo grupo durante os assaltos.

Uma pistola foi apreendida com Ferreira e um revólver foi encontrado na casa do segundo integrante da quadrilha, Erivelton Cebalho Corrêa, de 21 anos. A dupla explicou a polícia que os crimes eram organizados por um interno do IPCG. Segundo os suspeitos, por telefone, o interno conhecido como Salim, “repassava as orientações sobre o destino dos caminhões”.

Eles ainda apontaram pelo menos outros cinco integrantes da quadrilha. Em buscas pelos suspeitos, os policiais conseguiram localizar e prender Jonathan Henrique Ferreira, que além de participar dos crimes, estava foragido do regime semiaberto. Além das armas, os policiais apreenderam rádios comunicadores usados pelo grupo.

Nesta manhã, equipes do Choque foram até o IPCG para identificar o chefe da quadrilha. Ainda não há informações sobre a ação policial no presídio. Conforme apurado pelo Jornal Midiamax, parte do grupo é de estados vizinhos a Mato Grosso do Sul. Dois suspeitos já identificados não foram encontrados e estão foragidos.

Modo operandis

As vítimas, em sua maioria de outros estados, eram atraídas pelos bandidos até Campo Grande com propostas de transporte de cargas e até mudanças. Aqui, eles eram rendidos e feitos reféns pelos ‘contratantes'.

Sempre armados, um ou dois integrantes do grupo ficavam responsável por manter as vítimas em cárcere, enquanto os caminhões eram levados para a fronteira do Estado com o Paraguai. Em todos os casos, os proprietários dos veículos eram amordaçados e amarrados e deixados em locais ermos após o crime.

Segundo a polícia, o ‘diferencial' da quadrilha é que para não levantar suspeita, parte do dinheiro combinado pelo falso frete era depositado para as vítimas. Além disso, o grupo contratava sempre pessoas de fora do Estado, que não tinha conhecimento dos casos anteriores.

Crimes

O grupo já foi responsabilizado por pelo menos dois crimes recentes em Campo Grande. No dia 24 deste mês, um idoso de 62 anos foi mantido refém em uma casa da Rua Otacílio Machado, no Jardim Nhanha.

Ao ser resgatado por policiais do Batalhão de Choque, o idoso contou que foi contratado por telefone para fazer um frete de Campo Grande a Rondonópolis (MT), cidade em que mora e teria combinado de encontrar os contratantes na saída para Cuiabá. Ele buscou os dois homens, que já dentro do veículo anunciaram o assalto. Enquanto um dos suspeitos cuidava da vítima o outro fugiu com o caminhão Volkswagen 8.150, com placa HYB-6989, da vítima.

Na quarta-feira (30), pai e filho, moradores de Goiânia, acabaram vítimas do grupo depois de ser contratados para fazer uma mudança. Eles vieram para Mato Grosso do Sul em dois caminhões e ao chegarem o local foram rendidos por seis bandidos. Eles foram amarrados e depois abandonados na região do lixão.