Os 4 policiais respondem em liberdade
A Justiça militar condenou, em primeiro grau, a policial militar Larissa Melgarejo Zapatta e os policiais militares Ivanderson Zanardi Aguirre, Ivan Luiz da Silva e Alex Sandro de Lima Viana por lesão corporal e constrangimento ilegal. A condenação, da qual ainda cabe recurso, se deu após o caso de suposta agressão a um adolescente de 15 anos durante abordagem, no dia 19 de janeiro de 2016. A sentença é questionada por um dos advogados do caso, Ademilson Oliveira. Ele alega que os procedimentos de investigação não colheram provas suficientes e que a sentença foi baseada apenas no depoimento do adolescente.
“Ninguém foi até o local do crime pra comprovar, ninguém fez perícia pra comprovar que esse menino entrou na viatura, e esse menino realmente mentiu. O juiz realmente condenou em cima do que o menino falou, ninguém foi ao local. Não dá pra pra imaginar alguém dando tiro na Ernesto Geisel”, afirma Ademilson, que atua na defesa de Larissa, Ivan e Alex.
De acordo com o advogado, as lesões as quais o adolescente afirma serem resultado de agressões, foram motivadas por uma queda de motocicleta. “O menino tinha caído de moto de manhã e ele fala que aquele machucado não era da motocicleta, tem vários erros que indicam que o menino estava falando mentira”, declara Ademilson.
O processo corre em segredo de Justiça, na Vara da Justiça Militar Estadual, do juiz Alexandre Antunes Da Silva. Os policiais respondem ao processo em liberdade e cumprem as funções designadas na corporação.
O Jornal Midiamax tentou falar com o pai do adolescente, mas ele não quis se pronunciar.
Entenda
Larissa, Ivanderson e Ivan, à época lotados no 1º Batalhão, foram presos em flagrante após abordagem do adolescente na tarde do dia 19 de janeiro de 2016. A denúncia afirma que uma viatura da PM fazia rondas quando abordou dois rapazes, um deles o adolescente em questão e que estariam com “atitudes suspeitas”. O adolescente teria deixado a motocicleta, e piloto fugiu.
A Corregedoria da polícia militar explicou que a viatura foi atrás do motociclista, não conseguiu alcançá-lo e então retornou e abordou novamente o adolescente. Na abordagem, a denúncia alega que os policiais teriam levado o jovem até um local inseguro e tentado obrigar o adolescente a revelar o destino do piloto da motocicleta.
Em relato à Corregedoria, o adolescente afirmou que sofreu agressões por três dos quatro militares que estavam na viatura. Ele afirmou, conforme a corregedoria, que foi pressionado para dizer o endereço do rapaz que pilotava a motocicleta. O garoto então passou o endereço da própria casa, foi colocado na viatura e levado ao local, uma residência no Jardim Imá, região oeste da Capital. A família, após perder a viatura de vista, acionou o 190 e relatou a situação. A Corregedoria, então, foi acionada o caso, reportado.
Os policiais e o advogado negam que qualquer agressão tenha ocorrido.