Paciente segue entubado
O estado clínico do adolescente, de 17 anos, agredido com uma mangueira de compressor de ar pelo patrão, de 20 anos, piorou e o paciente foi levado ao CTI (Centro de Terapia Intensiva), na área amarela da Santa Casa.
Após dar entrada no dia, 3, o adolescente foi levado ao centro cirúrgico, e em seguida ao quarto. Ele permaneceu consciente até às 21h46 de domingo (5), quando sofreu um rebaixamento de consciência e precisou ser internado na área vermelha. Nesta segunda-feira (6), por volta das 15h, o paciente sofreu um novo rebaixamento de clínico e precisou ser entubado no CTI, na área amarela.
O caso
O crime ocorreu na última sexta-feira (3), quando o dono do lava-jato, de 23 anos, com a ajuda de outro funcionário, de 31 anos, introduziram a mangueira de um compressor no ânus do garoto, que também trabalhava no local.
De acordo com os familiares e com o que consta no boletim de ocorrência, o funcionário segurou o jovem enquanto o dono inseriu o aparelho no corpo da vítima. No mesmo momento, o adolescente passou mal, vomitou e os autores perceberam que o estado era grave.
O autor chegou a telefonar para o irmão do jovem dizendo, apenas, que ele teria passado mal e que ele havia sido levado ao CRS do Tiradentes. Porém, ao dar entrada na Unidade foi transferido às pressas à Santa Casa, onde passou por uma cirurgia de reconstrução de intestino com duração de 6 horas.
Logo depois, o próprio dono do lava-jato foi até a casa da vítima e informou que o adolescente havia sido levado à Santa Casa, porém mais uma vez não disse o que tinha acontecido. A familiar só ficou sabendo do ocorrido pelo médico.
A mãe do jovem, de 44 anos, informou ainda que a força do ar foi tão forte que ‘inflou’ os testículos do jovem e alcançou quase todo o corpo, principalmente pernas e braços.
Não foi a 1ª vez
Esta não é a primeira vez que o adolescente é vítima da ‘brincadeira’ do amigo e do patrão no lava-jato. Segundo o pai do jovem, na segunda-feira (30) deram balas de massinha de modelar para o adolescente, que passou mal.
“Ele chegou em casa vomitando e com dores no estômago, foi quando minha mulher foi até a casa do amigo que disse ter dado massa de modelar para meu filho comer”. Ainda de acordo com informações, o suposto amigo sumiu desde o fato.
Investigação
A investigação sobre a agressão da vítima em um lava jato de Campo Grande é de responsabilidade da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) e segundo o delegado titular da Unidade, Paulo Sérgio Lauretto, ainda não há necessidade de pedir a prisão preventiva dos agressores.
Segundo o Lauretto, o caso, por ora, é tratado como lesão corporal grave, porque até o momento não houve indícios de que os agressores tiveram a intenção de matar o adolescente. “A polícia vê que eles assumiram o risco de lesão grave, mas entende que não houve intenção de morte ou de abuso sexual”, afirmou o delegado. Ainda segundo ele, para que seja feito o pedido de prisão preventiva, é necessário que os agressores estejam ameaçando a família da vítima ou mesmo tentando prejudicar as investigações. Como isso ainda não foi identificado pela polícia, não houve o pedido.