Operação Desdita prende 48 e transfere 9 supostos chefes do PCC para presídio federal
De 24 mandados cumpridos, 15 foram de criminosos já presos
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De 24 mandados cumpridos, 15 foram de criminosos já presos
As investigações da Operação Desdita, que trabalhou com o objetivo de identificar os principais líderes de facções criminosas em Mato Grosso do Sul, iniciaram na metade do ano de 2016 após “Salve Geral” divulgado entre os integrantes do PCC. Desde então, 48 pessoas que agiam dentro e fora dos presídios, foram presas. Nesta terça-feira (18), 24 foram detidos em flagrante durante cumprimentos de mandados, e destas, 15 já estavam presas.
Conforme Cristiane Mourão, coordenadora do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), a operação identificou nove, dos principais líderes do PCC, que agiam no Estado. Deste nove, seis foram transferidos do sistema penitenciário Estadual para o Federal. Entre eles, Francivaldo Rodrigues Lima, vulgo “Pantaneiro”.
Além de “Pantaneiro”, Antônio Marcos dos Anjos Silva, vulgo “Daleste”, Diego Freitas Leite, vulgo “Lendário”, Nilton Cezar Antunes Veron, vulgo “Cezinha”, Rui Ederson da Silva Fernandes, vulgo “Veloster” e Rogério dos Santos Costa, vulgo “Armegedon”, também foram transferidos ao Presídio Federal.
A coordenadora explicou que a Justiça dá o prazo de 365 dias de permanência dos condenados, no sistema Federal. Segundo ela, antes do fim período, a Sejusp deve entrar com pedido de prorrogação, tendo em vista, que a detenção dos criminosos é uma forma de desarticular a facção.
Todos esses líderes, identificados, trabalhavam em funções específicas dentro do grupo criminoso. Muito organizados, no resumo disciplinar, cinco deles faziam parte de um conselho, ou seja, eram responsáveis por julgar, punir e excluir, demais integrantes, além de demandar ataques às forças de segurança e facções rivais.
No núcleo “Final/Geral da Rua”, o integrante era responsável por controlar a disciplina de integrantes na rua. Muitos em liberdade condicional, alvará de soltura, evasão e outros.
Já no “Final do Estado”, é o conselho formado por integrantes de outros estados. Neste caso, a função é transmitir informações e criar normativas.
Na divisão “Geral da Sintonia do Paiol Disciplinar”, são integrantes que estão soltos, responsáveis por arrecadação de fundos para a facção para a compra e comercialização de armas, explosivos e munições para a prática de crimes diversos.
Por fim, o Gaeco identificou o quinto núcleo, o “Resumo Financeiro” responsável pelo controle financeiro da facção, ou seja, a arrecadação de fundos por meio de roubos, sequestros, mensalidade de integrantes e rifas.
Crise no Sistema
Após as identificações e posteriores transferências, destes líderes, o sistema prisional de Mato Grosso do Sul, e demais que abrigavam estes criminosos, passaram por uma crise, no fim de 2016, onde foram identificados planejamento de diversos ataques a servidores da segurança pública. Na mesma época, segundo investigações da operação, também houve o rompimento do PCC e Comando Vermelho, inclusive o registro de rebeliões, em todo o país.
Para a intervenção nessas ações dentro e fora dos presídios, o Gaeco contou com o apoio do comando da Polícia Militar, Batalhão de Choque, Batalhão de Operação Especiais e Dintel.
Atentados
Um dos responsáveis pelos atentados planejados pela facção, a Operação identificou Sandro Serafim Natal, vulgo “Barba”, preso pela PM no dia 31 de dezembro de 2016. Todos os roubos, sequestros, e ataques foram estruturados em um gráfico organizacional.
Prisões
Além dos 48 presos, a Operação apreendeu dez armas de fogo de grosso calibre, milhões de reais e significativa quantidade de droga, que não tiveram o número exato divulgados.
Quatro veículos, que haviam sido furtados e roubados, foram recuperados, 42 contas bancárias, usadas pelo grupo, foram bloqueadas e valores sequestrados, além do bloqueio de 94 terminais de telefonia.
Todos os presos, nesta terça-feira, já deram entrada nos presídios estaduais. Foram 12 mandados de prisão cumpridos em Campo Grande, seis em Naviraí, quatro em Dourados, um em Ponta Porã e um em Mossoró, no Rio Grande do Norte. Entre presos que agiam na rua, sete eram mulheres e dois se tratavam de adolescentes.
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