Dia 28 de abril terá caminhada de mulheres na região central

Na manhã desta quinta-feira (16), na sessão da Câmara Municipal da Capital, a juíza Jacqueline Machado, da 3º Vara da Violência Doméstica e Familiar de Campo Grande, revelou que também é vítima de agressões por parte dos maridos das vítimas que defende.

Ao ocupar a tribuna, ela afirmou que recebe diversos telefonemas dos agressores com xingamentos de baixo calão. Durante seu discurso a juíza ponderou que as famílias precisam educar as crianças para que a cultura do machismo seja derrubada.

Dados do Datafolha deste ano revelam que a cada 90 minutos uma mulher morre no Brasil, e cada 11 minutos um estupro acontece. De 1 milhão e 400 mil mulheres que foram espancadas ou sofreram tentativa de estrangulamento, 52% ficaram caladas.

A violência psicológica também é um tipo de agressão e previsto na Lei Maria da Penha, possível de medidas protetivas. A juíza foi até a casa de leis para pedir apoio para a campanha “Todos Empenhados Contra a Violência”, que no dia 28 de abril terá uma caminhada as 16 horas pela região central da cidade.

Durante as falas alguns vereadores  ocuparam a tribuna para discursar,  o vereador e delegado Wellington do PSDB disse em seu discurso, “O marido não quer bater na mulher quando chega em casa, mas é todo um cenário por trás disso, como a falta de emprego, vários bares na cidade, e isso afeta em casa local onde a segurança pública não consegue chegar”, falou.

Já o pastor e vereador Jeremias Flores afirmou, “Se fosse para bater, a mulher teria sido tirada da mão ou do pé”, fazendo uma alusão a Bíblia quando fala que Eva foi criada ao ser tirada da costela de Adão.

Campanha

A campanha “Mãos emPENHAdas Contra a Violência”, lançada pela Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar e da 3ª Vara da Violência Doméstica e Familiar de Campo Grande irá capacitar os trabalhadores dos salões (cabeleireiras, manicures, depiladoras) para identificar, nas clientes, traços de violência doméstica e familiar. Identificadas as agressões, poderão passar informações sobre todas as formas de violência que a mulher sofre e os direitos que estão na Lei Maria da Penha. Os profissionais aconselharão as clientes sobre a existência de medidas protetivas e outras providências contra o agressor.

Os salões terão os selos do projeto, mais um incentivo para que as mulheres sintam-se acolhidas e saibam que nos locais existe a orientação.