Ela esteve em ato pela memória de Kauan, na tarde deste sábado (12)

Em meio aos cartazes das cerca de 50 pessoas que estiveram na Praça do Rádio Clube na tarde deste sábado (12), na Capital, para protestar contra violência em memória de Kauan Andrade, de 9 anos, a camiseta de Eliane Aparecida Nascimento, de 44 anos, chamava atenção pela foto de um outro menino com os dizeres “Queremos Justiça”. O menino da imagem é Luiz Eduardo Martins Gonçalves, o Dudu, morto aos 10 anos de idade também no Bairro Aero Rancho, em 2007. 

O caso ficou na memória dos campo-grandenses pela brutalidade, assim como o de Kauan, que ainda é procurado pela família e pela polícia, embora dois suspeitos estejam envolvidos em seu desaparecimento, ocultação do corpo e também estupro. Porém, o caso permanece sem solução por enquanto, assim como Dudu permaneceu como uma icógnita por quase um ano. Sua mãe sabe a conta com precisão. “O Dudu ficou mais de 340 dias desaparecido. Nós jamais pensamos que ele estivesse morto. No começo das investigações recebíamos muitas ligações, de que ele teria sido visto em determinados locais. Tínhamos esperança de encontrá-lo com vida”, descreve Eliane. 

Essa esperança acabou quando muito tempo depois uma amiga da família decidiu contar que havia visto Dudu ser espancado por 3 adolescentes. Em seguida, ele foi levado para a casa do ex-padrasto, José Aparecido Bispo da Silva, o Cido, onde foi morto. Segundo a investigação, Cido buscava se vingar da mãe de Dudu. 

Eliane diz que, justamente por esse fato, Cido deve continuar preso. Ele foi condenado a 26 anos de prisão, mas este mês passou por exame pericial para ser submetido à progressão de pena. “Eu ainda estou na luta para que ele continue preso. Não tenho medo que ele venha atrás de mim, tenho medo de ele fazer algo com meus netos, com meus filhos. Depois que sai não tem mais volta”, lamenta a mãe de Dudu. Segundo ela, daqui dez dias Aparecido passará por mais um exame para saber se estará apto para ir para o regime semiaberto. “Fui fazer uma visita para a mãe de Kauan. Falei para ela não deixar de procurar, continuar procurando, nunca desistir”, desabafou. 

Caso Dudu

Dudu sumiu em 2007 de sua casa. Sem pistas do paradeiro da criança, o caso só voltou à tona depois que um adolescente comentou na Unei que havia participado do crime e levou a polícia até o local onde o corpo foi enterrado.

Ainda conforme inquérito, cada envolvido teria recebido o valor de R$ 100, pagos por Aparecidos. A cena do espancamento teria sido vista por uma das vizinhas, que só contou a verdade quando a Polícia já havia esclarecido. Segundo ela, Cido a ameaçava.

Caso Kauan

Mãe de Dudu relembra 10 anos da morte da criança e teme liberdade de assassino

Durante as investigações do desaparecimento, um adolescente de 14 anos acabou apreendido por envolvimento no crime. Ele relatou à polícia que atraiu Kauan na noite do dia 25 de junho para a casa do pedófilo. A criança teria falecido enquanto era violentada.

No dia 25 de julho o Corpo de Bombeiros encerrou as buscas pelo corpo de Kauan, até que novas pistas surgissem. Na ocasião a mãe do menino, relatou à imprensa que tinha esperanças de que o corpo do filho fosse encontrado, pois ele precisava ser enterrado.