Também foi determinado reforço da PM nos presídios da Capital

Mesmo com suspensão da paralisação dos agentes penitenciários anunciada na noite desta sexta-feira (20), muitos visitantes que foram ao Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande ficaram revoltados com a proibição da entrada de comida e material de higiene para os detentos. Polícia Militar foi acionada para reforçar a segurança no estabelecimento penal, neste fim de semana.

Uma mulher, que não quis se identificar, foi ao estabelecimento penal para visitar o padrasto que cumpre pena na Máxima e disse que por volta das 7 horas quando chegaram ao estabelecimento penal teriam sido avisadas por servidores de que a visita, e entrada de comida como material de higiene estava liberada. Mas, segundo ela ao voltar depois de ir até um mercado na região para comprar os produtos foi avisada que nada mais poderia entrar, a não ser, remédios com receita. “Gastei R$ 100 para comprar comida, material de higiene para nada. Dinheiro jogado fora”, fala.

Uma comerciante que prepara refeições para vender aos visitantes, que entregam a comida aos presos, contou ao Jornal Midiamax que por volta das 7 horas teria sido liberada a entrada de comida e outros produtos. Momento em que ela ‘correu’ para preparar as refeições e vender na porta do presídio.

Mas, ao retornar recebeu a informação de que estava proibida a entrada de alimentos. “Gastei uns R$ 200 na preparação de tudo para nada”. Ainda segundo a comerciante, os agentes penitenciários estariam se recusando a fazer a revista nas mulheres e a Polícia Militar teria sido acionada para entrar no presídio e acompanhar a revista que teria de ser feita pelos agentes.

O presidente da Federação Sindical Nacional dos Servidores Penitenciários, Fernando Ferreira, disse ao Jornal Midiamax que a proibição da entrada de alimentos vem da direção do estabelecimento penal, e não dos agentes.

Tentamos entrar em contato com o presidente do Sinsap (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária) André Luiz Santiago, mas não conseguimos contato por telefone.

Suspensão da paralisação

Na noite desta sexta (20), a paralisação dos agentes penitenciários foi suspensa por determinação da Justiça, que decretou a prisão do presidente do sindicato, André Luiz Santiago e uma multa de R$ 500 por cada agente, caso fosse descumprida a decisão.

A decisão foi provocada pelo pedido de providências feitas pelo diretor do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande. Desde o dia 22 de setembro, a Justiça reconheceu a paralisação ilegal. E ontem (sexta) em caráter de urgência foi pedido o reforço da segurança no presídio para a Polícia Militar.

Reivindicações

A categoria pedia um reajuste de 16% acumulado nos últimos três anos mais o cumprimento de acordo feito como nomeação de aprovados em concursos e curso de formação para 600 agentes que estão à espera.

Ao todo são 1600 agentes em Mato Grosso do Sul e 15.600 detentos. Durante a paralisação, o banho de sol, entrega de alimentos e visitas estão suspensas.