Ele confessou o crime 

O jardineiro Gilson Ferreira, 39 anos, admitiu ter jogado gasolina e ateado fogo no rosto da esposa Adriele de Fátima, 27 anos, no domingo (10). À polícia, ele disse que estava sob efeito de pasta base, mas garantiu não se lembrar do momento do crime. Ele se entregou para a polícia na terça-feira e está preso preventivamente na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher). 

Na versão do suspeito, os dois estavam usando droga e tomando pinga com a esposa, quando o entorpecente acabou e Adrielle sugeriu que vendessem o vinagre e a pimenta que havia na cozinha para comprar mais pasta-base. “Não sei como aconteceu, só lembro de apagar o fogo do rosto dela”, disse

A delegada Ariene Nazareth levou em consideração a teoria de que a jovem estava dormindo quando teve o corpo incendiado, e Gilson irá responder por tentativa de e terá a pena agravada pelo crime ter sido praticado por ser motivo fútil e ainda por ele ter impossibilitado a defesa da vítima.  

Em seu relato, Gilson lamentou o crime, disse estar arrependido, que ama a esposa e está torcendo para ela se recupere. A jovem teve 25% do corpo consumido pelas chamas, incluindo as vias áreas. Ela está internada na Santa Casa e seu estado de saúde é considerado grave. 
  
Essa é a segunda tragédia na família. Em fevereiro, o irmão de Adriele, de 17 anos, morreu após ser violentado com uma mangueira de compressor de ar, introduzida no ânus pelos patrões do lava-jato em que trabalhava.  

O irmão da vítima, Maikon Soares da Silva, 35 anos, disse que se sente aliviado com a prisão de Gilson, mas que espera ele fique preso e que não aconteça o mesmo com os autores da morte do irmão – que estão respondendo o crime em liberdade. 

 Segundo Maikon, a irmã é dependente química e há mais de um ano morava como então companheiro, e lembrou que as brigas eram frequentes. “Ia para a casa da minha mãe, mas reatavam”, revelou.