Crime aconteceu há 1 ano e dois meses

Na véspera de completar 1 ano e dois meses da morte do major Valdeni Lopes Nogueira, o Governo de Mato Grosso do Sul nomeou três policiais militares para julgarem a conduta da tenente-coronel Itamara Romeiro Nogueira, esposa do militar e réu confessa do crime. A comissão do Conselho de Justificação que irá avaliar o caso foi divulgada nesta segunda-feira (11), no Diário Oficial do Estado.

De acordo com o decreto, três militares vão ocupar os cargos de presidente, interrogante e relator e também de escrivão do Conselho de Justificação, que deve ouvir e avaliar a conduta da tenente-coronel em relação ao assassinato do marido, que aconteceu no dia 12 de julho do ano passado.

Em março deste ano, a corregedoria-geral da Polícia Militar enviou a 2ª Vara do Tribunal do Júri o pedido para ter acesso ao processo em que a militar é réu. O motivo, segundo o documento, era instruir o processo administrativo disciplinar da corporação. A ação pode resultar a demissão de Itamara.

Em janeiro deste ano, a tenente-coronel teve o direito de permanecer trabalhando como policial militar no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul assegurado até 2018. O decreto foi publicado no Diário Oficial e assinado pela vice-governadora Rose Modesto (PSDB), que na época era governadora em exercício.Governo nomeia comissão para avaliar conduta de tenente-coronel que matou marido

Além do salário de policial militar, Itamara e a filha, ainda menor de idade, recebem uma pensão equivalente ao valor que o marido recebia quando morreu, cerca de R$ 14 mil com os descontos. É ainda a tenente-coronel a responsável legal por cuidar do dinheiro destinada à menina.

Entenda

Durante uma briga, a tenente-coronel teria efetuado dois disparos contra o marido. O major Nogueira chegou a ser levado para a Santa Casa com um ferimento do tórax, mas não resistiu. Em dezembro de 2016 a Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o homicídio e comprovou a versão apresentada pela defesa de Itamara, a de legitima defesa.

Para a polícia, a policial, que chegou a participar de uma reconstituição do crime, afirmou que estava sendo agredida pelo marido e que no momento em que ele saiu para buscar a arma no carro, ela reagiu. No dia do crime, Itamara foi presa em flagrante, mas acabou liberada logo em seguida e desde então responde o processo em liberdade.

A primeira audiência sobre o caso foi marcada para o dia 3 de outubro, às 13h30. Na ocasião, dez testemunhas de acusação serão ouvidas pela 2ª Vara do Tribunal do Júri. O juiz Aluizio Pereira dos Santos também já determinou o dia para a segunda audiência. Em 21 de novembro a própria Itamara e outras nove testemunhas, essas de defesa, prestarão depoimento.

Colegas de farda do casal foram chamados para depor nas audiências e ainda devem contar com duas testemunhas ouvidas por carta precatória.