Ele monitorava Mayara através de um celular

Roberson Batista da Silva, de 33 anos, que se entregou na tarde desta segunda-feira (6) na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) pelo assassinato de Mayara Fontoura de 18 anos, disse em depoimento que cometeu o crime para se defender.

O depoimento de ‘Robinho', como é conhecido, durou aproximadamente três horas. Neste tempo, disse à polícia que Mayara teria tentado golpeá-lo com uma tesoura, quando ele teria tomado das mãos dela o objeto e usado para desferir os golpes.

Ele teria dado uma cabeçada em Mayara e com a tesoura em mãos desferido os vários golpes, sendo que a perícia aponta que três, sendo dois na carótida e um na traqueia seriam os golpes fatais.

Ainda de acordo com informações repassadas pela polícia, Roberson teria dado a Mayara um celular, onde ele monitorava de dentro da cadeia todos os passos da jovem, que ele disse ter conhecido como garota de programa. Ele foi localizado depois de ter ligações telefônicas interceptadas, mas acabou se entregando antes de sua prisão.

Roberson Batista será indiciado por feminicido triplamente classificado por meio cruel, sem possibilidade de defesa da vítima e motivo torpe, com pena prevista de 12 a 30 anos de prisão. Ele também será indiciado por coação no curso do processo, já que fazia ameaças ao irmão de Mayara.Em depoimento de 3h, assassino de Mayara alega que matou para se defender

Relembre o caso

Mayara Fontoura de 18 anos foi assassinada na madrugada deste do dia 16 de setembro na casa onde morava no Bairro Universitário, em .O suspeito teria invadido a casa da jovem para matá-la, durante a madrugada.

A jovem foi encontrada deitada na cama, enrolada apenas a um edredom, já sem vida. Vestígios de sangue foram encontrados pela polícia no quarto e o banheiro da casa e a arma do crime, uma tesoura, foi deixada pelo autor ao lado do corpo.

Mayara vivia com o autor do crime desde 2015. Com mais de dez passagens envolvendo apenas casos de violência doméstica, o suspeito acabou preso em abril deste ano em cumprimento a dois mandados de prisão, uma tentativa de homicídio e uma lesão corporal, ambos os crimes contra a ex-mulher.

O homem foi condenado pela lesão corporal a três meses de reclusão, em regime aberto e a três anos e sete meses pela tentativa de homicídio. Foi preso e fugiu do sistema prisional de Campo Grande pelo menos três vezes. Ainda assim, recebeu a liberdade provisória do dia 14 de setembro, véspera do assassinato de Mayara, por ter cumprido parte das penas e não ter “registro de falta grave em 2016”.