Os serviços devem parar no dia 24 de setembro

Diante da circulação de listas de execuções e até atentados, os agentes penitenciários de Mato Grosso do Sul voltaram a optar pela paralisação geral da classe para chamar atenção da população e do Governo do Estado para as reivindicações da categoria. A medida foi decidida em assembleia nesta terça-feira (12) e deve aconteceu no dia 24 de setembro.

Segundo o (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de MS), os servidores voltaram a se reunir depois de perceberam o descaso no cumprimento de algumas medidas combinadas em acordo feito com a categoria no mês de abril deste ano, quando os agentes penitenciários recuaram a greve para negociar com o governo.Em assembleia, agentes penitenciários votam por paralisação geral

Conforme André Luiz Santiago, presidente do sindicato, quatro pontos foram essenciais para a decisão pela paralisação. O baixo ajuste salarial, a falta de efetivo, as condições de trabalho e o não cumprimento do reposicionamento dos servidores nas classes, que deveria acontecer neste mês de setembro.

“O primeiro ponto é o reajuste, muito baixo para quem arisca sua vida diariamente. Segundo ponto, os 435 aprovados no concurso ainda não foram todos chamados. Além do reposicionamento das classes, combinado para setembro de 2017. Nós queremos exigir o cumprimento do acordo conforme foi feito com a categoria, nos recuamos uma greve aceitando esse acordo, que se estendeu até setembro e o governo está começando a dar graças de que não vai cumprir”.

O reposicionamento dos servidores, nada mais é, que promoção dos agentes conforme o tempo de serviço.

“Os agentes penitenciários mudam de classe a cada três anos, mas por conta de mudanças na lei, muitos não foram promovidos. Por conta dos novos requisitos, muitas pessoas de 20 anos, 10 anos de trabalho foram ficando para trás. O acordo era fazer um reposicionamento de classes em setembro de 2017, ou seja contagem de tempo de serviço de todos os servidores, verificar onde eles estão e onde deveriam estar e corrigir isso”.

O acordo beneficiaria 765 servidores, mas em “um entendimento interpretativo do acordo”, esse número foi reduzido para uma média de 130 servidores beneficiados, explicou Santiago.

Entre baixo reajuste salarial e falta de efetivo, os servidores ainda precisam lidar com ameaças de morte. “O nome de sete servidores daqui de Mato Grosso do Sul estão na lista de execução do PCC (Primeiro Comando da Capital), e ainda temos os atentados nas cidades de Coxim e Jardim”, afirmou Santiago.