Sai para coordenar ‘grupo de intervenção rápida’

Na segunda-feira (3), João Bosco Correia, que atuou por 9 anos na direção do Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, o Presídio de Segurança de , foi substituído pelo agente penitenciário Paulo da Silva Godoy. O antigo diretor foi realocado para outra função dois meses após a denúncia feita pelo Midiamax de um suposto esquema de tráfico de drogas que acontecia no presídio, do qual ele teria conhecimento.

O agente Paulo Godoy foi empossado pela direção da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) na segunda-feira, como diretor da Máxima. Ele atuava na área de segurança e custódia e ingressou na agência em 1999 como contratado, se tornando servidor de carreira em 2001, por concurso público.

O novo diretor assume o lugar que era ocupado por João Bosco desde outubro de 2008. Ex-diretor esteve envolvido em uma denúncia feita pelo Jornal Midiamax de um suposto esquema de tráfico de drogas que ocorria na Máxima, por meio da cantina do presídio. Um grupo de presidiários atuava no estabelecimento penal e o então diretor teria total conhecimento dos fatos, além de ter sido apontado como um dos chefes do esquema.

A denúncia foi feita no dia 2 de fevereiro deste ano. No mesmo dia, dois presos revelados pela reportagem como membros do esquema de tráfico tiveram a transferência para o Presídio Federal de Porto Velho (RO) autorizada. Ao todo foram 27 presos, também de outras unidades do Estado, transferidos em caráter de urgência.

O pedido foi feito pelo então diretor-presidente da Agepen, Ailton Stropa, e o documento solicitava “inclusão emergencial de presos do Estado de Mato Grosso do Sul” em Presídios Federais. Agora, exatos dois meses e um dia após a denúncia que envolvia o diretor do Presídio de Segurança Máxima, ele deixou o cargo para assumir outra função.

Conforme as informações da Agepen, João Bosco irá integrar a comissão responsável por apresentar propostas para a Minuta de Decreto sobre a criação do Grupo de Intervenção Rápida, Contenção, Vigilância e Escolta, o qual ele presidirá. Atual diretor da Máxima, Paulo Godoy já atuou como chefe da Divisão de Contrainteligência da Gisp (Gerência de Inteligência do Sistema Penitenciário).

Tráfico na cantina da Máxima

Conforme as informações obtidas com exclusividade pelo Midiamax, um quilo de maconha, que custaria cerca de R$ 450 nas ruas da Capital, chegariam no presídio com valor inflacionado de R$ 800 a R$ 1 mil.

A droga chegaria ao estabelecimento penal com anuência da direção, em meio às compras feitas para a cantina, nas caixas de leite, pacotes de bolacha, entre outros produtos. Batidas nas celas de unidades prisionais de Mato Grosso do Sul que vazam para a imprensa, realizadas com apoio policial, sempre flagram porções de maconha e celulares.

Participariam do esquema de venda da droga no presídio desde traficantes com várias passagens pela polícia até servidores da Agepen. Até mesmo o diretor foi apontado como envolvido. Por telefone, ele negou conhecimento de qualquer esquema de narcotráfico no local que dirigia.