Após ameaças, ele foi mudado de ala no presídio

Depois de ver negado o pedido para que o seu cliente, Luís Alberto Bastos, de 27 anos, apontado como suspeito de assassinar a musicista Mayara Amaral, fosse novamente ouvido pela delegada que está conduzindo o caso, o advogado Conrado Souza Passos afirmou neste sábado (05) que vai insistir para que isto aconteça e na segunda-feira (07) tomará algumas medidas judiciais. Segundo ele, com o novo depoimento o seu cliente mudará radicalmente o rumo das investigações.

“Logo nas primeiras horas de segunda-feira vou protocolar junto à promotoria uma ação para que seja feita uma nova oitiva com o meu cliente pois ele tem coisas importantes a dizer”. Afirmou.

O advogado disse também que caso consiga esta nova oitiva, o processo teria uma dilação de prazo já que o inquérito teria sido encerrado na última sexta-feira. “Não tive acesso ao inquérito e realmente não posso dizer se foi encerrado ou não, mas mesmo assim pedirei uma dilação de prazo”, continuou.

Souza Passos manteve a sua linha de defesa a insiste que o caso deve ser tratado como e não latrocínio, que acarretaria uma pena maior. “O meu cliente não teve a intenção de roubar, tanto é que ficaram devendo o motel. Quanto ao , foi um instrumento de fuga. Ele não foi comercializado e isto reforça a tese que não foi latrocínio”, afirmou.

Quanto ao pedido para que Luís Alberto trocasse de presídio também não houve deferimento e desta forma ele segue no Presídio de Trânsito. “Não foi possível a troca de presídio, mas houve mudança de ala. Agora ele está em um local mais seguro e com a sua integridade garantida”, disse o advogado.

O caso

Após ser preso, Luís disse à polícia que a ideia de assassinar a musicista seria de ‘Cachorrão’, Os dois marcaram um encontro com a Mayara e na noite do dia 24 de julho, foram para um motel na saída para Rochedo. Ele afirmou que depois do ensaio com a banda a musicista o buscou em casa, depois foi até a casa de ‘Cachorrão’ e de lá para o local em que o crime aconteceu.

Inicialmente, ele afirmou que não tinha a intenção de matar a musicista, mas que ‘Cachorrão’ teria levado a arma usada, um martelo. Ele, no entanto, admitiu que “ajudou com o corpo”.

Defesa pedirá à Promotoria para que preso por matar Mayara seja ouvido novamente

Jornal Midiamax

A dupla então teria ido para a casa de Anderson, vizinho de frente de Ronaldo, lá eles deixaram o corpo enquanto Luís voltava até sua casa, deixava os objetos da vítima e pegava uma pá. Juntos, os três autores foram para a região do , na saída de para Rochedo, com a intensão de carbonizar e enterrar a mulher. Mas, teriam desistido do último passo porque o terreno ‘tinha muita lama’.

No primeiro contato com a polícia, o rapaz negou o crime e tentou incriminar um ex de Mayara, afirmando que no horário do almoço haviam visto os dois juntos e que o homem espancava a amiga. Mas familiares dele acabaram desmentindo a versão e afirmaram aos investigadores que Luís passou parte da terça-feira com o Gol da musicista. A contradição e o nervosismo, somado com as provas colhidas pela investigação, entregaram o rapaz.

Mais uma vez, Luís afirmou à polícia que a ideia das mensagens enviadas para incriminar o ex de Mayara partiu dos comparsas, ‘para atrapalhar as investigações’. A primeira informação repassada para a polícia era de que a vítima havia enviado mensagens para a afirmando estar sendo ameaçada pelo ex e por isso estava fugindo.

O rapaz chegou a ser detido e as investigações o inocentaram. Depois de se passar pela musicista, ele se livrou do celular. Os outros dois suspeitos negaram participação no crime.

Anderson negou que o corpo ficou em sua casa, afirmou que o único negócio com o rapaz era a troca do carro da musicista por outro Gol, esse de modelo 1984. Ele afirmou que ficou com o veículo da vítima antes de cumprir sua parte do acordo. Foi com o Gol modelo 1992 que o suspeito foi preso, além de um home theater, comprado com R$ 1 mil roubados da vítima.

Ronaldo, o ‘Cachorrão’, afirmou que só falaria em juízo, mas para a imprensa alegou que Luís teria oferecido o carro para ele por R$ 1 mil. “Eu já vi ele com a vítima e até falei que não queria comprar. Não sou cagueta, mas quem matou foi o Luís. Ele agiu de má-fé comigo”, disse. No quarto de Luís foram encontrados instrumentos, computador e até as roupas ensanguentadas de Mayara.