Defesa de policial que matou empresário quer o caso na Justiça Federal

O advogado Renê Siufi, o mesmo que defende o ex-governador André Puccinelli (PMDB) no âmbito da Operação Lama Asfáltica, representa também o Policial Rodoviário Federal Ricardo Hiun Su Moon, que matou a tiros o empresário Adriano Correia do Nascimento após uma discussão no trânsito da Capital no último dia de 2016, quer transferir a ação para a Justiça Federal.

A alegação do advogado é que seu cliente, Moon, estava no cumprimento de seu ‘dever constitucional de promover a segurança pública bem como de exercer o poder de polícia, em prol da coletividade’, razão pela qual cabe à Justiça Federal o julgamento do caso.Defesa de PRF cita ecstasy e diz que juiz de MS não tem ‘competência’ para julgá-lo

“Como Policial Rodoviário Federal, deve ser julgado pela Justiça Federal e não pela Justiça Comum”, pontou Siufi, que afirmou que seu cliente já estava no ‘trajeto de sua casa para o trabalho, portanto, in intinere, já considerado em serviço’.

A defesa do policial também cita que Adriana e os outros dois ocupantes do carro, abordado por Moon na manhã do dia 31 de dezembro de 2016 na avenida Ernesto Geisel, estavam embriagados, e o empresário também estaria sob efeito de ‘ecstasy e de Sertralina (fármaco antidepressivo)’.

“Este coquetel mortífero é que conduziu aos fatos. O excipiente (Ricardo) se identificou como policial e solicitou ajuda da Polícia Militar. O condutor do veículo (vítima Adriano) não obedeceu, ocasionando arrancar bruscamente com sua camionete para cima do excipiente que defendeu sua vida”, disse Renê na ação de ‘exceção de incompetência’.

O pedido foi feito no dia 10 de maio, e ontem, sexta-feira (12), o juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Juri, solicitou o parecer do MPE-MS (Ministério Público Estadual) para, então, deferir ou não o pedido do advogado de Ricardo Moon.