Funcionária da boate, foi a primeira a depor

Depois de conseguir adiar o depoimento, por uma semana, o policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon chegou escoltado, de óculos escuros e boné, e seguiu direto para o cartório do Fórum, na tarde desta quarta-feira (19). Ele é ouvido pelo juiz Carlos Alberto Garcete de Almeria, pela primeira vez.

Bruna Eduarda Silva Arteman, funcionária da boate, onde Adriano esteve no dia 31 de dezembro de 2016, foi a primeira a depor. Ela relatou que trabalhou 1 ano e meio na boate e 2 anos e 3 meses no restaurante de comida japonesa, que era de Adriano. Durante depoimento, contou que ano passado Adriano frequentava a Boate, quase todos os finais de semana. No dia do crime, o adolescente era o mais embriagado. “Não dava para saber se Adriano estava, porque ele era muito brincalhão, alta astral. Eles chegaram na boate por volta das 2h30, 3h”, disse a funcionária que não confirma o uso de drogas por parte de Adriano. “Sabia que ele fumava cigarro”, finalizou.

O agente iniciou o depoimento dizendo que era investigador há quase 2 anos. Ao juiz, relatou que é associado da Federação Paulista de Tiros, participante de competições e especialista em tiros com pistola. Ele afirma que é portador de 3 pistolas, 1 revólver de porte pequeno, 1 fuzil de precisão e uma carabina.

Crime

Ricardo Sun Moon passou de policial a réu na madrugada do dia 31 de 2016, quando envolveu-se em uma confusão no trânsito, e atirou contra Adriano e as outras duas pessoas que estavam com ele no carro, Agnaldo Espinosa da Silva e o enteado de 17 anos. O empresário morreu na hora. Moon alegou legítima defesa, versão que não prosperou nem no inquérito da Polícia Civil nem na análise do Ministério Público Estadual.
 

Uma reconstituição com todos os envolvidos e também testemunhas foi realizado no dia 11 de janeiro de 2017. Na data, Moon estava preso em virtude a um mandado de prisão preventiva, mas no dia 1º de fevereiro, ele ganhou a liberdade. Em resposta, o MPE entrou com recurso pedindo que o policial fosse novamente preso e também respondesse pelo crime de fraude processual, o que foi negado pelo magistrado em despacho anterior.
 

Ainda assim, a denúncia feita pelo MPE pelo homicídio já foi aceita e o processo segue até que o juiz decida se o policial vai ou não a júri popular pelos crimes contra a vida dos quais é acusado.