Crimes contra as mulheres é uma constante em Rio Brilhante.
O assassinato de Márcia Rodrigues Conceição que foi encontrada com o corpo queimado em Rio Brilhante está semana mobilizou toda a população em torno da violência contra a mulher que tem se tornado comum no município.
Na sessão ordinária da Câmara na noite de segunda-feira a vereadora Wandressa Barbosa (PSB) debateu o assunto na tribuna e demonstrou sua preocupação com os inúmeros registros de violência contra a mulher e o feminicídio em Rio Brilhante.
Wandressa foi apoiada pelas também vereadoras Juraci Aparecida Souza Silva (PSC) e Tânia Mara Martins Cerveira de Castro (PTB) que também demonstraram apreensão com a morte de mais uma mulher em Rio Brilhante.
A vereadora Wandressa disse ao Midiamax que vai propor a realização de uma audiência Pública para discutir a violência contra a mulher e o feminicídio. Wandressa, disse que ainda hoje vai conversar com as outras vereadoras para reforçar a sua proposição. “Não podemos mais aceitar passivamente a violência contra a mulher”, explicou ela.
PRINCIPAIS CASOS
A presidente do Instituto Sul-Mato-Grossense de Defesa do Direito Pleno (ISDP), Maria Carmen Matsunaka Carlino, fez um levantamento dos principais casos de mulheres nos últimos anos e que tiveram grande repercussão dos meios de comunicação.
Maria Carmen afirmou que é louvável a iniciativa de se realizar uma audiência pública para debater o assunto aproveitando que está acontecendo o “Agosto Lilá”, na luta pelo fim da violência contra as mulheres.
Entre os principais casos, Maria Carmen, cita o que aconteceu em junho de 2010 quando Maria Irene de Souza, de 43 anos foi assassinada ao defender a sua filha. Ela foi morta por Sidnei da Silva Oliveira, ex-namorado da filha. O crime aconteceu quando Sidnei estava brigando com a ex-namorada e ao perceber que o rapaz iria matar sua filha, Irene se atirou na frente para defender a filha e acabou morrendo no hospital.
Em junho de 2015 Joelma Roque de Oliveira foi assassinada pelo ex-marido João Antonio Espíndola Moreira no bairro João Zardo. A ex-sogra de João foi esfaqueada ao defender a filha, mas sobreviveu. Ele estava separado de Joelma há duas semanas e não aceitava a separação.
Em julho de 2015 mais um crime abalou a comunidade de Rio Brilhante. A estudante universitária Layane Pereira de Jesus de 19 anos foi morta pelo ex-marido Ogracenir da Silva Marcelino.
Layane ao ver o ex-marido invadir o seu quintal tentou fugir, mas foi segurada e golpeada a facadas. Ela morreu no Hospital da Vida em Dourados. O crime foi registrado como feminicídio e Ogracenir já foi julgado e condenado pela justiça e está cumprindo pena em regime fechado.
O crime ganhou grande repercussão na época e a população de Rio Brilhante realizou passeatas e atos públicos cobrando justiça.
O último caso e mais emblemático segundo Carmen Matsunaka aconteceu em junho deste ano quando o padrasto Ramão Carvalho de Souza matou a enteada Talia Soares Reche de 19 anos a tiros. Elza Aparecida Soares de 47 anos mulher de Ramão ao defender a filha também foi baleada e foi internada em estado grave.
Ramão fugiu da cena crime, se escondeu num matagal, mas foi preso pela Polícia.