Cada vez mais presente em Mato Grosso do Sul, PCC faz mutirão de filiações
Autoridades de segurança minimizam supostas articulações
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Autoridades de segurança minimizam supostas articulações
Cada vez mais presente em Mato Grosso do Sul, o PCC (Primeiro Comando da Capital) tem afrouxado as regras para o ‘batismo’ de novos filiados que desejam integrar a organização criminosa. O objetivo, é dobrar o número de membros e formar ‘exército’ forte e atuante em todas regiões do Brasil. Com isso, os criminosos esperam ter força para mirar facções adversárias, como é o caso do Comando Vermelho, principal grupo rival.
Neste mês o assunto se tornou destaque na imprensa nacional. Conforme noticiou o site Uol nesta sexta-feira (15), no início do ano o grupo era composto por cerca de 20 mil integrantes. Com as manobras que visam ‘batizar’ novos membros, a expectativa é de que até o ano que vem o número dobre.
Entre as regras que foram alteradas, está, por exemplo, a dispensa da necessidade de um padrinho mais velho na facção. Antes, para ser um ‘associado’, era preciso receber um convite de integrante mais velho. Agora, com a dispensa do apadrinhamento, espontaneamente novatos que demonstram interesse em compor a equipe são aceitos na organização.
“Nada por aqui”
Ao contrário do que é noticiado a nível nacional sobre as articulações do PCC, o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, minimiza o crescimento da organização, pelo menos em Mato Grosso do Sul. Segundo ele, grupos de inteligência da sejusp monitoram boatos e investigam ações relacionadas ao crime organizado no Estado, e até o momento, nenhuma alteração relevante foi detectada. “Não vislumbramos essa movimentação por aqui e não vejo esse crescimento”, disse.
Barbosinha afirma que secretarias de segurança pública de todos os Estados do País trocam informações da situação em cada região com o objetivo de que todos se mantenham atualizados.
No entanto, quem está na linha de frente do combate a criminalidade e vivencia o dia-a-dia das ações de combate ao crime reconhece o crescimento da organização criminosa em Mato Grosso do Sul. O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Waldir Ribeiro Acosta, diz que tem consciência e admite o crescimento do do crime organizado no Estado. Porém, afirma que ainda não ouviu falar nos planos de criação do ‘exército do PCC’.
“O trabalho de operações ostensivas coíbe ações criminosas de uma maneira geral, inclusive do PCC. Se a prevenção for feita é possível evitar a propagação desses grupos”, relata.
Crimes associados ao PCC em MS
No último dia 28, o corpo de José Carlos Louveira Figueiredo de 41 anos, foi encontrado decapitado e com os pés e mãos amarrados, na cachoeira do Céuzinho, em Campo Grande. Ele foi executado pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Um mês antes, no dia 30 de outubro, o jovem de 18 anos, Leoni da Silva Custódio, foi encontrado decapitado e com o corpo carbonizado no aterro sanitário de Campo Grande.
No dia 16 de agosto, o corpo de Fernando Nascimento dos Santos, de 22 anos, foi encontrado decapitado enrolado em um cobertor no Jardim Los Angeles. Em um vídeo que circulou na internet, o jovem pedia desculpa a facção criminosa PCC, em sequência ele aparece sendo degolado por um homem encapuzado.
Também em fevereiro, Leandro de Oliveira, de 26 anos, foi encontrado no aterro sanitário de Campo Grande, no Jardim Noroeste. Leandro seria um dos rapazes que participou da execução filmada de Richard Alexandre Lianho, de 25 anos, no dia 15 de fevereiro. O corpo foi encontrado carbonizado.
No dia 5 de outubro, João Luís Moraes de Souza, conhecido como ‘Dimas’, integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital) e um dos líderes da facção em Mato Grosso do Sul, foi ‘preso’, mesmo já estando no presídio, depois de investigação apontar que em julho, ele teria ordenado através de uma videoconferência a execução de um homem identificado como Deivid, em Três Lagoas. A vítima foi decapitada.
Em janeiro, depois que vídeo em que presos ligados ao PCC aparecem comemorando e fazendo a oração da facção dentro da Máxima de Campo Grande, a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) admitiu que as ‘assembleias’ entre os internos vêm acontecendo com mais frequência desde que a guerra entre grupos rivais dentro dos presídios no Brasil se intensificaram.
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