Audiência Pública acontece hoje à noite na Câmara de Vereadores.
Acontece hoje a partir das 19h na Câmara de Vereadores de Rio Brilhante a audiência pública que busca encontrar respostas para entender os vários casos de violência contra as mulheres ocorridas nos últimos anos no município.
Com o tema “MULHER NÃO SE CALE, DENUNCIE” a audiência pública faz parte das atividades desenvolvidas dentro do “Agosto Lilás” e está mobilizando sindicatos de trabalhadores, associações de mulheres, Ordem dos Advogados do Brasil e o Instituto Sul-Mato-Grossense de Defesa do Direito Pleno (ISDP).
A audiência pública é uma realização da Câmara Municipal através de uma proposição das vereadoras Wandressa Barbosa, Tania Mara Cerveira e Juraci Souza e Silva.
A presidente do ISDP, Carmem Matsunaka Carlino afirmou que o debate vai discorrer sobre os diferentes tipos de agressões sofridas pelas mulheres e tem o objetivo de despertar nas mulheres vítimas da violência à necessidade da denúncia e nas autoridades a necessidade da proteção pós-denúncia.
Os palestrantes da audiência serão a delegada titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de Dourados, Paula Dos Santos; a coordenadora Estadual de Políticas Públicas para as Mulheres, Luciana Azambuja; a juíza de Rio Brilhante, Mariana Yoshida; o comandante local da Polícia Militar, capitão Edcezar Zeilinger; e o psicólogo Frei Jorge.
Na abertura da audiência será exibido, segundo Carmem Carlino, um documentário produzido pelo ISDP, que mostra a realidade das mulheres rio-brilhantenses vítimas de violência e o depoimento dos familiares das vítimas de feminicídio no município
PRINCIPAIS CASOS
A presidente do Instituto ISDP, Carmen Matsunaka Carlino, fez um levantamento dos principais casos de mulheres nos últimos anos e que tiveram grande repercussão dos meios de comunicação.
Entre os principais casos, Maria Carmen, cita o que aconteceu em junho de 2010 quando Maria Irene de Souza, de 43 anos foi assassinada ao defender a sua filha. Ela foi morta por Sidnei da Silva Oliveira, ex-namorado da filha. O crime aconteceu quando Sidnei estava brigando com a ex-namorada e ao perceber que o rapaz iria matar sua filha, Irene se atirou na frente para defender a filha e acabou morrendo no hospital.
Em junho de 2015 Joelma Roque de Oliveira foi assassinada pelo ex-marido João Antonio Espíndola Moreira no bairro João Zardo. A ex-sogra de João foi esfaqueada ao defender a filha, mas sobreviveu. Ele estava separado de Joelma há duas semanas e não aceitava a separação.
Em julho de 2015 mais um crime abalou a comunidade de Rio Brilhante. A estudante universitária Layane Pereira de Jesus de 19 anos foi morta pelo ex-marido Ogracenir da Silva Marcelino.
Layane ao ver o ex-marido invadir o seu quintal tentou fugir, mas foi segurada e golpeada a facadas. Ela morreu no Hospital da Vida em Dourados. O crime foi registrado como feminicídio e Ogracenir já foi julgado e condenado pela justiça e está cumprindo pena em regime fechado.
O crime ganhou grande repercussão na época e a população de Rio Brilhante realizou passeatas e atos públicos cobrando justiça.
O último caso e mais emblemático segundo Carmen Matsunaka aconteceu em junho deste ano quando o padrasto Ramão Carvalho de Souza matou a enteada Talia Soares Reche de 19 anos a tiros. Elza Aparecida Soares de 47 anos mulher de Ramão ao defender a filha também foi baleada e foi internada em estado grave.
Ramão fugiu da cena crime, se escondeu num matagal, mas foi preso pela Polícia.