Uma transferência de mais de R$ 3 bilhões para o dono da Company Consultoria, Celso Eder Araújo, preso durante a , deflagrada nesta terça-feira (21), em , teria sido para enganar ‘investidores' em um esquema de estelionato.

Informações da Polícia Federal são de que o valor exorbitante e falso, de R$ 3.939.441.828, transferido para Celso em Letras do Tesouro Nacional (LTN) teria sido usado na declaração do imposto de renda do proprietário da Company para atrair novos ‘investidores' e dar legitimidade ao golpe.

A interceptação telefônica de Celso Eder Araújo pela Polícia Federal comprova os altos valores negociados e a abrangência do golpe em outros estados brasileiros, que fez mais de 25 mil vítimas em todo o país.

Em grupos criados em WhatsApp mensagens eram enviadas para os ‘investidores' de que logo receberiam os valores ‘doados'. Mas, de acordo com as investigações ninguém teria recebidos os lucros prometidos de até 1000% pela organização criminosa.

Denúncias

A Polícia Federal disponibilizou um canal em seu site para as pessoas que foram vítimas dos integrantes da organização criminosa, que praticava estelionato, em Campo Grande e também em vários estados brasileiros fazerem denúncias.

As possíveis vítimas devem acessar o site da Polícia Federal, através do link www.pf.gov.br e preencher um formulário reconhecendo firma em um cartório, posteriormente deve entregar o formulário na Superintendência da Polícia Federal, em Campo Grande. Vítimas de outros estados deverão enviar os formulários através dos correios para a superintendência

O esquema

Para atrair os ‘investidores', a organização criminosa usava um elaborado e fantasioso roteiro que envolve a existência de antigas minas de ouro em Mato Grosso do Sul, documentos do Tesouro Nacional, um julgamento trilionário na justiça sul-mato-grossense e muita lábia.

Apesar de não haver qualquer ligação com entidades religiosas, entre as vítimas há muitos evangélicos que foram recrutados por ‘irmãos' e líderes de igrejas em diversos estados brasileiros. Formavam ‘equipes' de propagação como ‘Os Milionários', ‘Filhos do Rei' ou ‘Anjo AUMETAL'. Basicamente, quem ‘entrava' tinha de entregar pelo menos R$ 2 mil sem qualquer garantia.

O golpe era muito complexo e feito de duas maneiras pela organização criminosa: a primeira forma como era aplicado consistia em usar documentos falsos do Banco Central, levando as vítimas a acreditarem na legitimidade dos investimentos.

Já a segunda forma era apresentar para os investidores que pessoas ‘importantes' participavam e estavam lucrando com os investimentos. Eles afirmavam que tinham investidores como juiz e consul honorário da Guiné.

Para atrair as vítimas, os integrantes afirmavam que uma família de Campo Grande era dona de uma mina de ouro da época do império, que tinha sido vendida para os Estados Unidos e para a Europa, e que a família tinha 40% de direitos sobre a mina vendida.

Sendo que parte do dinheiro recebido teria de ser repassado para terceiros, momento em que eram vendidas cotas para os investidores, que aplicavam R$ 1 mil com promessas de receber R$ 1 milhão. A organização criminosa também usava das declarações do imposto de renda para mostrar para os investidores que estariam enriquecendo, com o dinheiro investido no grupo.AU METAL: IR falso de R$ 3 bilhões atraía vítimas, que podem denunciar na PF por carta

Prisões

Foram presos Celso Eder de Araújo, dono da empresa Company Consultoria que também foi alvo da operação, além de Sidney Anjos Pero e Anderson Flores de Araújo- tio de Celso. Uma pessoa está foragida.

Operação

Foram cumpridos 19 mandados, sendo 11 de busca e apreensão, 4 de condução coercitiva e 4 de prisão temporária. Goiás e Brasília também foram alvos da operação, que apreendeu R$ 1 milhão em espécie e 200 quilos de pedras preciosas, além de três carros de luxo.