Alimentos e medicamentos foram barrados

Após a paralisação que aconteceu em 24 de setembro, os agentes penitenciários estão em mobilização desde a segunda-feira (9), onde os agentes estão trabalhando, segundo o -MS (Sindicato dos Servidores da Administração Penitenciária de MS), seguindo protocolo de segurança. Entretanto familiares alertam que eles não estão permitindo a entrada de nenhum item com os visitantes.

“Os agentes fizeram uma manobra, não se pode usar outro nome. Barraram a entrada de alimentos, medicamentos e de tudo que é permitido entrar pelas visitas. Estão tentando usar os presos aos seu favor, incitando para que haja rebelião”, declarou um familiar de encarcerado.

Segundo nota do Sinsap-MS, a mobilização respeita o que determina a lei, que prevê cinco presos para cada agente. O sindicato previu que a medida acarretaria na lentidão de alguns serviços dentro das unidades. Além disso, informou que os presos não receberiam alimentação durante o final de semana embora a visita esteja mantida, sem informar, no entanto, a razão de não permitir a entrada de alimentos.

A partir do dia 16, os agentes irão paralisar totalmente as atividades dentro das unidades prisionais do Estado.  

A paralisação

Durante a paralisação, apenas alimentação e atendimento médico serão mantidos. Os banhos de sol serão suspensos, assim como, as visitas, entrega de alimentação, liberação de presos dos regimes aberto e semiaberto para visitação em domicílios, e atendimento de advogados.

Segundo o presidente do Sinsap (Sindicato dos Servidores de Administração Penitenciária de Mato Grosso do Sul), André Luiz, “Paralisar o trabalho é a única forma de pressionar o Governo para garantir o mínimo de segurança e condições de trabalho”, explica.

O Sindicato afirma ainda que a categoria recebe um dos piores pisos salariais do país, e o menor da segurança pública em Mato Grosso do Sul. Atualmente, um agente penitenciário trabalha 24h por 72 h com vencimento base de R$ 3,1 mil.

“Estamos trabalhando acima do limite. Todos os dias temos um pouco mais de 200 agentes para cuidar de uma massa carcerária que é considerada a maior do país”, fala Santiago. Ainda de acordo com ele a falta de segurança é um dos fatores principais, principalmente, depois de dois atentados contra servidores, cinco envenenamentos e sete agentes marcados para morrer.

Mato Grosso do Sul tem 1.600 servidores e 900 fazem a custódia dos cerca de 16 mil detentos. O déficit de servidores atinge 13 mil agentes, e de acordo com o sindicato faltam quase 12 vezes o número suficiente de agentes.